A gratidão é uma flor sentida, delicada e bela
Numa cidade do interior, dessas que existem para além do tempo, para dentro de uma lembrança, uma cidadela entre o nada e o lugar nenhum, recanto de meia dúzia de vidas onde a beleza mora nas coisas minúsculas e nos gestos simples, uma vila onde a vida se passa no chão, sob as árvores, junto aos bichos e às plantas, ali vive um homem agradecido. É bom você não esperar muito dele. Não é pessoa de tantas habilidades, não foi capaz de grandes feitos, não realizou amplas obras agrícolas, não construiu famílias centenárias nem inventou mecanismos revolucionários de aproveitamento da água da chuva. É só um homem comum, mas guarda no peito uma rara gratidão.