A culpa é sempre do estagiário: um texto pra quem sabe os altos e baixos de sobreviver a um estágio

A culpa é sempre do estagiário: um texto pra quem sabe os altos e baixos de sobreviver a um estágio

Após percorrer a cidade para distribuir cem currículos e roer todas as unhas à espera de uma entrevista, conseguir o primeiro estágio é lançar-se num rito de passagem. Deixa-se de ser calouro “barriga-verde” da faculdade, para tornar-se um veterano legítimo, exalando superioridade, descolamento e um leve ar de deboche pelos mortais que ficaram para trás. Até porque, em tempos de crise e faculdades hiperinchadas, há algo de heroico em quem consegue um “trampo” congruente com a área estudada.

Se o amor te pegar, renda-se!

Se o amor te pegar, renda-se!

Talvez o amor seja porto de partida, talvez ele seja ponto de chegada. O amor, para alguns, é como flor arrancada; para outros, tão resistente como uma rocha. Alguns dizem que o amor é eterno, outros dizem que ele é o momento. O amor pode ser o sol que aquece e depois queima, a chuva que lava e depois esfria. O amor pode ser tudo e, depois, nada. Talvez o amor seja mesmo um dia depois do outro, ou talvez ele seja agora. Talvez esse amor fique em sua morada, talvez ele esteja só de passagem.

Mulheres não precisam de terapia, precisam ir juntas ao banheiro!

Mulheres não precisam de terapia, precisam ir juntas ao banheiro!

“Se homem fosse coisa boa, Deus não teria lhe arrancado as costelas!”, escutei vindo do banheiro ao lado, enquanto me dedicava ao quase gozo de esvaziar minha bexiga saturada de teor alcoólico. Aliás, seria impossível não ouvir o tom esganiçado de uma mulher em estado ébrio. Confesso que achei, no mínimo, pertinente e pitoresco. Do lado de fora, gargalhadas estridentes, frases incompletas, pensamentos desconexos. Aquelas línguas em brasa chicoteavam o sexo masculino. Do lado de dentro, declarações de amor que dariam inveja a Shakespeare, rimas com “nu” e “menu” que constrangeriam até mesmo Nelson Rodrigues. Senhores, sejam bem-vindos ao banheiro feminino.

Legalize o amor

Legalize o amor

Quase mais ninguém escreve cartas. Quase mais ninguém sonha em voar. Quase mais ninguém enlouquece de amor. Quase mais ninguém dá a vida por uma causa. Quase mais ninguém morre de sífilis. Quase mais ninguém atira contra Chefes de Estado. Quase mais ninguém planeja fugir de casa. Quase mais ninguém tem cinco filhos. Quase mais ninguém faz a menor ideia de quem foi Alberto Caeiro. Quase mais ninguém visita um sebo. Quase mais ninguém quer se casar com uma virgem. Quase mais ninguém quer ir para o céu, quem dirá, para a Disney. Quase mais ninguém toca Raul.

Até caçar Pokémon é melhor do que correr atrás de um canalha

Até caçar Pokémon é melhor do que correr atrás de um canalha

Canalhas. Espécie Homo Sapiens Cafajesties Modernus. Não possuem habitat natural específico, estão por toda parte. Não fazem distinção do estado civil, nem de gênero, são homens e mulheres. Alimentam-se dos restos de corações abatidos e depois desaparecem sem deixar vestígios. O canalha atrai suas presas por simpatia, aparente inteligência, mas, sobretudo, por valer-se de um certo erotismo entorpecedor.