Como virar um Cortella

Como virar um Cortella

No Brasil de hoje, se você tropeçar num filósofo, cai em cima de outro filósofo. Eu digo e provo. Você abre o jornal e lê o Leandro Karnal. Pensa que não dá pé, troca de folha e tem o Luiz Felipe Pondé. Indignado e sem paciência, você sai de casa e tropeça em mais sapiência: Olavo de Carvalho e Vladimir Satafle discutem animadamente o propósito do significado. No café, Mário Sérgio Cortella e Pablo Ortellado trocam pérolas de sabedoria.

Quando o coração se transforma num gabinete de ódio

Quando o coração se transforma num gabinete de ódio

Há idosos demais atravancando as reformas que o país não pode mais prescindir. Como eu já disse, nasci por engano e sem um anjo torto para aporrinhar. Fui criado como gado, à larga, pastando no vale do silício da ignorância. Sinto um orgulho danado da minha estupidez. Não se fica reacionário da noite para o dia.

A vida como ela era — ou por que, em meio à pandemia, prefiro um Nélson desgastado a uma Pollyanna reciclada

A vida como ela era — ou por que, em meio à pandemia, prefiro um Nélson desgastado a uma Pollyanna reciclada

A vida — e o mundo onde ela ocorre — é isso: um jogo de busca pela perfeição em que, sempre que se aproxima do obstáculo, ele é removido para (muito) longe. Ninguém vai sair mais pacifista ou filantropo dessa história — depois do surto de 1918 a humanidade saiu tão boa que, na década de 1930, vimos o holodomor e o início do holocausto.