Spinoza matou Deus antes de Nietzsche — e ninguém percebeu

Spinoza matou Deus antes de Nietzsche — e ninguém percebeu

Ao redefinir a ideia de um ser transcendental e tudo o que há por trás disso, Baruch Spinoza (1632-1677) não apenas dissolveu a imagem tradicional de um Deus metafísico, antropomórfico e inalcançável, como inaugurou uma revolução filosófica que só mais tarde seria percebida em sua toda a sua complexidade. Nesse sentido, e possível afirmar que Spinoza matou Deus duzentos anos à frente de Nietzsche, e ninguém se deu conta.

3 filmes recém-chegados à Netflix que entregam tudo — sem enrolar Melinda Sue Gordon / Warner Bros. Entertainment

3 filmes recém-chegados à Netflix que entregam tudo — sem enrolar

Assinou a Netflix e agora tem acesso ao maior acervo cinematográfico da internet. Isso mesmo: são mais de 3 mil títulos disponíveis no catálogo, que se renova de tempos em tempos para nunca te deixar entediado. Há 15 anos, você precisava procurar uma locadora de vídeos, fazer um cadastro, esperar dias por uma reserva que já tinha passado pela casa de outra pessoa para, enfim, conseguir assistir. Hoje, tudo mudou. Todo mundo pode assistir junto, no mesmo dia em que o título chega à plataforma. E tem mais: a Netflix também produz seus próprios filmes — ou seja, boa parte do catálogo é exclusiva.

Este suspense na Netflix é um espetáculo para os olhos e para a mente — e quase ninguém viu Divulgação / Twentieth Century Fox

Este suspense na Netflix é um espetáculo para os olhos e para a mente — e quase ninguém viu

Há filmes que parecem sonhados com os olhos abertos. “A Cura”, de Gore Verbinski, não se apressa em parecer verossímil; o realismo nunca foi seu objetivo. Há algo nos tons azulados, nas paisagens imóveis e nas janelas embaçadas que evoca uma memória ancestral de castelos e doenças, onde o tempo hesita e as promessas se dissolvem. O filme não é sobre lógica. É sobre atmosfera. Sobre desconforto. Sobre uma beleza paralisante, que não consola. E, sobretudo, sobre a suspeita persistente de que aquilo que nos oferecem como bem-estar talvez seja, secretamente, outra forma de prisão.

Os 4 romances mais curtos e mais fortes que você pode ler em um dia

Os 4 romances mais curtos e mais fortes que você pode ler em um dia

Em tempos de pressa e distração programada, alguns livros ainda têm o poder de interromper o ruído, com poucas páginas, mas uma precisão que fere fundo. Há romances curtos que não precisam de tempo: precisam de entrega. São obras que cabem em um dia e reverberam por anos. Não oferecem alívio, nem distração; oferecem lucidez, e isso basta. Esta seleção reúne quatro dessas pequenas obras monumentais, cada uma escrita com a urgência de quem não tinha tempo a perder, nem palavras sobrando.

Kafka escreveu sobre 2025 em 1915

Kafka escreveu sobre 2025 em 1915

Havia uma maçã apodrecendo numa gaveta trancada. Ninguém sabia que ela estava lá, e mesmo assim o cheiro atravessava o quarto, entrava pelas frestas das janelas, grudava no tecido das cortinas. Franz Kafka escreveu “O Processo” em 1915 como quem tivesse olhado por um rasgo no tecido da década errada. Não era um livro sobre um tempo, mas sobre a estrutura do tempo, uma arquitetura absurda que se monta sozinha, cada parede erguida por equívoco, cada escada apontando para um tribunal que talvez nem exista. Josef K. não é um personagem. É um aviso. Ou melhor, uma antecipação.