Comparar faz parte da natureza humana e da nossa cultura. Estamos sempre comparando uma coisa com outra para podermos escolher aquilo que acreditamos ser o melhor para nós. Quantas vezes já não ouvimos leitores ávidos de determinados autores dizerem que um filme não fez jus à obra literária? Ou, quantas vezes não ouvimos que um escritor ou cineasta é melhor que outro? Estamos constantemente comparando como maneira de encontrar elementos, sejam eles iguais ou não, para podermos explorar e compreender a arte.

Situações de desgaste emocional intenso podem ser fatos isolados, mas quase sempre desembocam em episódios ainda mais dramáticos quando não se pode contar com a devida assistência, ou mesmo com o ombro amigo de uma pessoa que nos queira bem. A protagonista de “Terror em Silent Hill” tenta escapar ao sofrimento de ver a filha tomada por pensamentos monomaníacos, mas ao tentar dar um fecho à agonia da garota, o diretor Christophe Gans eleva seu filme à categoria de história feita para inspirar medo. Sem mais circunvoluções retóricas.

Se você é do tipo de pessoa que gosta de ser provocado, de ter seus próprios conceitos destroçados e de enxergar sob novos pontos de vista, essa seleção de filmes do cinema de arte vão te fazer refletir bastante sobre o mundo, a existência, o sistema e todas as coisas que importam. Vão te fazer colocar um olhar crítico sobre tudo que você conhece. Acompanhe a lista e se surpreenda com essas produções acima do nível.

Vince Gilligan chuta o balde em “El Camino: A Breaking Bad Movie” (2019). O diretor soubera surfar a onda de produções que reviviam programas e filmes de sucesso do passado, e o que se tem em seu longa é uma feliz surpresa para os fãs da série originalmente transmitida pelo canal a cabo AMC. Gilligan, manifestando ímpeto comparável ao de seus personagens, banca seus direcionamentos inéditos para a trama e apresenta um filme autêntico, fiel à história que lhe deu azo, mas renovado.

Distopias têm um caráter quase didático. É por meio de dessas histórias delirantes, inverossímeis, farsescas, patéticas algumas vezes, que chegam aos olhos e ao coração de muita gente verdades imperscrutáveis até o momento em que filmes que se imbuem desse propósito vêm a público. Com “Spiderhead” não é diferente; o filme de Joseph Kosinski toma um centro de pesquisas onde as cobaias são presidiários que se oferecem voluntariamente a fim de que sejam desenvolvidos novos medicamentos, voltados a suprir a falta de emoção na vida de pessoas comuns.