Apesar de soterrado, o amor sobrevive sob os escombros

Apesar de soterrado, o amor sobrevive sob os escombros

Tem uma obra de construção civil ao lado do prédio em que trabalho. Estão levantando um novo empreendimento. “Aproveitem. Restam poucas unidades” é o que dizem, em letras garrafais, a fim de melhorar as vendas que não estão lá essas coisas. Há uma grave crise econômica aporrinhando o país. Eu gosto de dar um tempo, de tomar cafezinho pela manhã, de ligar o cérebro aos poucos que nem televisão-de-tubo antiga, de espiar pela janela o movimento dos operários que zanzam lá embaixo

Suspense na Netflix vai te seduzir, te envolver, te fazer ter calafrios e te paralisar por 108 minutos Divulgação / Capelight

Suspense na Netflix vai te seduzir, te envolver, te fazer ter calafrios e te paralisar por 108 minutos

Flagrantemente inspirado por “Rebecca” (1940), do mestre do suspense Alfred Hitchcock, o diretor venezuelano Sebastian Gutierrez apresenta em “O Quarto Secreto” (2019), sua leitura particular da história de um matrimônio em muito semelhante a qualquer outro, mas com seus dramas próprios, que pontuados com a dose exata de mistério e circunstâncias que evocam pânico, compõem um enredo de sofisticação invulgar nas mãos seguras do roteirista-diretor.

Carolina Maria de Jesus, intérprete do Brasil

Carolina Maria de Jesus, intérprete do Brasil

Em 1960, surgiu uma escritora inesperada na literatura brasileira, por conta de sua origem social. Ninguém imaginava a existência de uma autora moradora da favela do Canindé, na cidade de São Paulo. Do meio do nada, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) entrou para o meio literário e trouxe um olhar inédito sobre as coisas do país que, na época, vivia os anos dourados da bossa nova, da inauguração de Brasília e do slogan dos cinquenta anos em cinco de Juscelino Kubitschek.

Sua última chance de assistir: suspense com Kevin Bacon é um diamante escondido na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Sua última chance de assistir: suspense com Kevin Bacon é um diamante escondido na Netflix

Mirando um episódio fora do comum, sobre o qual se projeta uma lupa, “A Viatura” (2015) disseca segmentos ocultos da alma do homem — de um homem em especial. O filme de Jon Watts preza por esgotar todas as possibilidades de se conhecer o que fica por trás das aparências respeitáveis de tipos como este, um verdadeiro mestre na grande arte de iludir criaturas ingênuas, até que tropeça em sua própria autoconfiança. Lances do texto de Watts e Christopher Ford explicam bem os motivos que fazem desse sujeito um vilão, sem que, por paradoxal que possa soar, deixar nada explícito.