Livros para ler numa ilha deserta

Livros para ler numa ilha deserta

Escrevi aqui na Bula sobre a Belo Horizonte dos escritores modernistas e, por isso, muitas pessoas ficaram curiosas em relação a Pedro Nava, pouco conhecido atualmente. Nada de novo no front: Nava, autor de seis magníficos livros de memórias, louvado pelos colegas escritores até, creio, o final da década de 80, foi depois esquecido pelos intelectuais brasileiros e parece não despertar muito interesse naqueles que poderiam divulgar a sua literatura.

Deixaram a porta aberta e Deus fugiu da igreja

Deixaram a porta aberta e Deus fugiu da igreja

A regra é rubra; os dogmas, claros. Abre aspas: “É vedado aos crentes solteiros desta igreja, não somente se afeiçoarem aos crentes de outras agremiações religiosas que também concorrem a Pimenta-do-Reino dos Céus, assim como contrair com os mesmos chato, bubão ou matrimônio. É vedado aos casais fazerem amor sobre o harmônio antes do culto, principalmente com as luzes dos castiçais acesas. Se a música e a fantasia libertam, com certeza deve ser pecado.

E afinal, você sabe de onde vem o amor?

E afinal, você sabe de onde vem o amor?

Amar vem de acreditar. É lá, no lugar seguro onde impera a confiança, que se formam as primeiras possibilidades amorosas. Lá são geradas as populações de borboletas que esvoaçam incômodas no ventre dos apaixonados, as noites memoráveis de lua e conversa, os pássaros e sons que nascem com o dia. Lá também, nos campos verdes da esperança, as paixões incendiárias refrescam seus ímpetos para aos poucos se transformar no amor que é entendimento, respeito, apreço, afeto e essas coisas que deixam a vida mais leve.

Lester Bangs, o santo beatnik da crítica

Lester Bangs, santo beatnik. Morreu em 1982, aos 33, idade de Cristo. Não foi crucificado, mas certamente alçado à cruz do jornalismo, no subgênero gonzo, de qualidade extremamente contestada, ainda que tenha saído do ventre do new journalism (Tom Wolfe, Gay Talese, Truman Capote). A exemplo de Hunter S. Thompson, escreveu motivado por substâncias psicotrópicas, em fluxo vertiginoso, e pôs-se, muitas vezes, à frente do próprio objeto do texto — e quem não está, prisioneiro de sua própria subjetividade, em posição soberana ao alvo da análise?

Ministério da Cultura confunde ciência com religião ao falsificar Machado de Assis

Ministério da Cultura confunde ciência com religião ao falsificar Machado de Assis

Se o Ministério da Cultura tivesse um mínimo de respeito pela nação brasileira, ao invés de construir um túnel com 60 mil livros, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, para marcar o lançamento da falsificação de “O Alienista”, de Machado de Assis, perpetrada pela escritora-empresária Patrícia Secco, ele mandaria diretamente para a reciclagem os 600 mil exemplares do livro, adaptado juntamente com “A Pata da Gazela”, de José de Alencar.