Autor: Marcelo Costa

Bloomsday: Nem Jesus Cristo tem um dia no calendário. Leopold Bloom tem

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No centro da cidade antiga, as pedras respiram como se estivessem esperando alguém. Às vezes um silêncio denso se esgueira entre os prédios, como uma carta não enviada. A luz passa torta por cima das chaminés, resvala nos trilhos, nas vitrines embaciadas. Os passos ecoam, mas não seguem ninguém. Há uma mulher parada diante de um açougue fechado, ou talvez seja só uma lembrança mal encaixada. O ar tem gosto de tinta molhada e papel velho. É junho, e tudo está fora do lugar.

O livro mais vendido e mais lido no mundo em 2025: uma vitória do marketing sobre a literatura

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Era para ser uma história sobre dragões. Era para ser sobre força, sobre conquista. Mas tudo cheira a verniz. Uma laca grossa de desejo vendido a prestações, parcelado em clímax diluídos. A personagem se ergue como se ninguém soubesse o que vai acontecer — mas todo mundo sabe. Há uma repetição que é quase conforto e quase ruído. Como quem volta para um quarto de motel por nostalgia de uma briga.

7 livros estão sempre nas listas de leitura obrigatória. Mas ninguém te avisou do tédio

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Eles foram canonizados. Reverenciados. Impressos em papel bíblia e empilhados em vestibulares como se fossem oráculos da civilização. Mas, entre nós, quantas vezes você já largou um desses livros na página 73 com a sensação de que nada — absolutamente nada — havia acontecido? Alguns desses títulos resistem mais por tradição do que por prazer. São marcos literários, sim. Mas que testam a paciência de leitores sinceros. E tudo bem. Há grandeza também no esforço de bocejar com classe. Nem todo tédio é desperdício. Às vezes, é só… Proust.

5 livros perturbadores que fizeram seus autores serem processados

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Certos livros não apenas inquietam: eles inflamam. Não pela metáfora, mas pela ousadia crua de nomear o indizível. Foram escritos com lucidez e fúria, e terminaram em tribunais, manchetes, fatwas e execuções simbólicas. Suas palavras não ficaram no papel — causaram medo, escândalo, vergonha pública. E os autores pagaram caro. Neste conjunto, cinco obras que desafiaram normas éticas, políticas e morais, ultrapassando a provocação artística para se tornarem, literalmente, objetos de acusação. Não é só literatura. É confrontação. E, para alguns, até crime.

5 livros brasileiros que deveriam pedir desculpas por existirem

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Há obras que erram. Outras, que falham. E há aquelas que, mesmo publicadas, parecem jamais ter passado pelo crivo do mínimo senso crítico. Esta seleção reúne cinco livros brasileiros que, por excesso de pretensão, falta de tato ou puro descompasso narrativo, mereceriam — se houvesse justiça literária — uma retratação formal à literatura. Não se trata de linchamento ou ranzinzice gratuita. Trata-se de um olhar honesto, ainda que implacável, sobre os equívocos impressos que insistem em ocupar espaço onde poderia haver silêncio ou beleza.