Quase 30 anos após seu lançamento, filme com Pierce Brosnan é um dos mais assistidos da atualidade no mundo, pela Netflix
Poucas adaptações são tão injustamente negligenciadas quanto “Robinson Crusoé”, estrelado por Pierce Brosnan. Lançado em um momento em que o prestígio das grandes epopeias literárias adaptadas já começava a se diluir no formato televisivo, o longa poderia ter sido mais um exercício previsível de fidelidade ao cânone. Mas não é. Sua força está justamente no desvio: ao rejeitar o dogma da transposição literal, o filme abraça o risco de propor um novo significado para um enredo saturado de interpretações coloniais. Ele não revisita Defoe; ele o interroga.