Autor: Euler de França Belém

Revolução Russa de Stálin devorou Maiakóvski

Revolução Russa de Stálin devorou Maiakóvski

Maiakóvski matou-se, aos 36 anos, em 1930, quando Stálin, senhor do poder, havia expurgado adversários de peso como Liev Trotski e enquadrava aqueles que pensavam diferentemente da ortodoxia do partido. Por que Maiakóvski se matou, com um tiro no peito, se havia condenado o suicídio do poeta Sierguéi Iessiênin, em 1925? Mikhailov escreve, com pertinência: “A pessoa que deixa voluntariamente a vida leva consigo o mistério de sua decisão. Nenhuma explicação (inclusive as de Maiakóvski) penetra na essência real da atitude tomada. Elas somente entreabrem a cortina sobre o segredo, mas o próprio segredo permanece escondido atrás do final triste da vida. (…) Encontramos os motivos, mas o segredo permanece em segredo”.

Biografia analisa vida de Rubem Alves, que não era o Paulo Coelho dos intelectuais

Biografia analisa vida de Rubem Alves, que não era o Paulo Coelho dos intelectuais

Seus textos leves, mas com alguma profundidade, encantaram leitores durante anos. Com a internet, tornaram-se textos-citações. Cente­nas, talvez milhares, de pessoas passaram a mencioná-los como se contivessem lições fundamentais sobre a vida. Visto às vezes como um Paulo Coelho intelectualizado, Rubem Alves era bem mais do que isto — era um filósofo que escrevia com clareza e buscava, como os gregos, interferir na vida cotidiana de seus pares, menos com o objetivo de ser uma espécie de guia espiritual e mais como um veículo de iluminação e indicativo de que caminhos diferentes (humanistas e cordiais) são possíveis.

10 livros para inspirar o final de ano

10 livros para inspirar o final de ano

O “filósofo” Millôr Fernandes escreveu que livro não enguiça. Tem razão. E dura mais do que automóveis, roupas, sapatos. Livros, como diamantes, são eternos. No período de Natal e Ano Novo, vale, e muito, presentear (com) livros. Nesta lista, idiossincrática como qualquer outra, menciono livros recém lançados, como “O Pintassilgo”, de Donna Tartt; e “A Balada de Adam Henry”, de Ian McEwan; e outros que foram editados no Brasil há alguns anos, mas que ganharam uma nova edição ou nova tradução, como “Homem invisível”, de Ralph Ellison; e “Odisseia, de Homero”.

O melhor livro do ano

O cartapácio “O Pintassilgo” (Companhia das Letras, 719 páginas, tradução de Sara Grünhagen), da escritora americana Donna Tartt, desconcerta a crítica, mesmo um especialista como James Wood, da “New Yorker”, que não soube apreciá-lo. Os motivos? Aponto um: o romance é uma catedral do século 19 com frequentadores (com hábitos) do século 21. Há um cruzamento hábil, com movimentos rápidos e lentos — simulando um jogo ardiloso, nem sempre visível numa leitura apressada —, da prosa mais convencional do século 19, mais lenta e discursiva, com a prosa experimental do século 20, mais rápida e contida.

Martin Scorsese lista 39 filmes que julga fundamentais

O cineasta Colin Levy pediu a ao diretor Martin Scorsese uma lista de filmes fundamentais, que poderiam ajudá-lo a melhorar seus trabalhos. O diretor de “Touro Indomável” listou 39 filmes. Ele optou por mencionar filmes alemães, franceses, italianos e japoneses. O jornal “Público” avalia que “o realizador parece também não ter querido que as suas escolhas abarcassem o cinema mais contemporâneo. Os filmes mais antigos da lista são ambos de 1922 — ‘Nosferatu, o Vampiro’, de F. W. Murnau, e o ‘Doutor Mabuse’, de Fritz Lang —, e o mais recente, ‘O Casamento de Maria Braun’, de R. W. Fassbinder, é de 1979”. Scorsese lista 11 filmes italianos e franceses, 10 alemães e sete japoneses. Ele lista três filmes de Jean-Luc Godard, Akira Kurosawa e Rainer Werner Fassbinder.