Autor: Eberth Vêncio

A tragédia nos humaniza, nos iguala e nos une na dor

A tragédia nos humaniza, nos iguala e nos une na dor

O tempo diz muito, mas, não é o senhor absoluto. A morte, essa sim, é quem põe as cartas na mesa. Hanna quis se refrescar, dar um mergulho e morreu afogada numa cachoeira em Alto Paraíso. Queria tanto matar a morte. Queria tanto escutar um tango, me embebedar, me enveredar na vastidão de um pesadelo com início, meio e fim. Afinal, quanto mais sonho, mais valente eu fico.

Apesar do estudo, você não passa de uma mulher

Apesar do estudo, você não passa de uma mulher

Não parece, mas, o mundo está melhorando. Eu não. Eu continuo piorando um pouco mais a cada dia, graças a Deus. Nunca houve tanto feminicídio no Brasil? Equívoco. Penso que, nunca antes na história deste país (eu e minhas paráfrases tolas), a violência contra as mulheres foi tão repudiada, inclusive, pelos homens, seus algozes milenares.

Feliz é o homem que ri da própria desgraça

Feliz é o homem que ri da própria desgraça

Isso é o que se chama amor, levar a vida na flauta, encantando os ratos de si mesmo ao longo do caminho. A saudade rói. A vida dói e, dizem, parece demasiadamente curta quando se está velho, doente, na iminência da morte. Sorte de quem não sofre, de quem não pensa muito, dos que se apegam aos dogmas, às pseudociências, para se manter na superfície e não afogar nos turbilhões de pensamentos.

A pobreza de espírito mata mais do que a pobreza material

A pobreza de espírito mata mais do que a pobreza material

Quando a porcaria da TV começou a chuviscar a imagem, a vizinhança finalmente se tocou que havia alguma coisa muito errada na Travessa dos Incautos, ali na altura da Baixa da Égua. Urubus atazanavam, pousavam robustos sobre as antenas nos telhados. A fedentina passou a ser percebida também pelo olfato humano. Muita gente pensava que o fedor provinha do ribeirão de cocô que cortava o bairro.