Autor: Eberth Vêncio

Não temos tempo de temer a morte, mas, por ora, vamos respeitá-la

Não temos tempo de temer a morte, mas, por ora, vamos respeitá-la

Exercitem os neurônios. Tirem os sapatos. Sentem no assoalho. Pratiquem jardinagem. Falem com as plantas. Desliguem um pouco a droga do telefone celular. Vejam sob uma nova ótica. Encantem-se com os filhos brincando pela casa, se tiverem filhos, se tiverem casas. Eles estão crescendo rápido demais e, vai chegar o dia em que vão dar o fora. Normal. Nada de novo no front. A vida é assim mesmo.

Enfrentando as pragas com dignidade

Enfrentando as pragas com dignidade

Vivemos a era da comunicação instantânea, da liberdade de expressão, da apologia à estupidez e do culto às opiniões de mau gosto vociferadas com orgulho inconteste por indivíduos que se julgam a última Coca-Cola gelada do deserto. De certo, há sede de notoriedade no terreno fértil da ignorância.

Mulher sofre

Mulher sofre

Fé, menina. Deus é um poeta. Fez a mulher a partir da costela do homem. O melhor que Ele fazia, em sentido figurado, era deixar transfigurado o tórax masculino. Fica sempre faltando um pedaço. Adultos e meninos devem a sua existência ao domicílio uterino, a despeito da impensável claustrofobia de boiar durante meses dentro de um bolsão líquido nas entranhas maternas.

Secreções, excreções e desatinos de um herói sem nenhum caráter

Secreções, excreções e desatinos de um herói sem nenhum caráter

Era agosto, mês de cachorro doido. A estrangeira Lucia McCartney lia Poemas Escolhidos, de Ferreira Gullar. Era uma mulher apaixonada pela literatura. Formava uma amálgama perfeita com os seus livros. Sentia-se mais feliz na varanda, lendo histórias curtas, histórias de amor, contos de terror e de morte, do que na cozinha, esquentando o ventre no fogão e esfriando-o no tanque.