Autor: Eberth Vêncio

Dia 8 de janeiro de 2023: o seu ódio não será a minha herança Foto / Casuli

Dia 8 de janeiro de 2023: o seu ódio não será a minha herança

O principal acontecimento de 2023 tinha sido a vitória da democracia brasileira. Fazia um ano desde que “patriotas” movidos por sonhos medievais invadiram, depredaram, pilharam e até defecaram nos prédios dos três poderes em Brasília. Soube-se recentemente pela imprensa que, nos meandros dos conturbados devaneios coletivos, planejava-se a tomada do poder político central à força, além da detenção e do enforcamento em praça pública dum ministro da suprema corte. Coisas de Idade Média. De doidivanas. De parvoíce. De falta de caráter.

E o meu coração não se transformou numa Venezuela

E o meu coração não se transformou numa Venezuela

Nesse final de ano, a sensação é de alívio. O meu coração não se transformou numa Venezuela. O amor continua democrático: só não ama quem não quer. Além de saúde para suportar as agruras futuras, o que espero realmente para o ano que se inicia é um bocado mais de entendimento. Nada extraordinário, do tipo esperar que Vladimir Putin retire o seu time de campo e se desculpe por ter cometido um erro de avaliação ao invadir o território ucraniano.

Entrando em cana com o Papai Noel

Entrando em cana com o Papai Noel

Se eu contar vocês não vão acreditar. Justamente, por isso, eu vou contar. Conheci um sujeito que fazia bicos como Papai Noel. Pançudo, sorridente, bochechas rosadas e gentil feito o diabo. Há sete anos, ele enfrentava cerca de dois mil quilômetros de estrada, da sua cidade até aqui, para permanecer durante todo o mês de dezembro se revezando com outros dois indivíduos no papel do bom velhinho, num suntuoso shopping center da capital.

Última oportunidade do ano para se fazer merda

Última oportunidade do ano para se fazer merda

Anda! Me ama! Me alimenta! Me enlaça! A graça está mesmo no ingresso das línguas pelos vincos das palavras. Engraçado: apesar de tudo, sinto-me triste. Livros. Trago-te livros. Larvas. Escuto larvas que se movimentam na tessitura cadavérica da lavra de um poeta que fui. “La mer! La mer!”. A merda do francês que nunca aprendi antes de morrer na praia. Trago-te também a minha mais completa ignorância, o mórbido vapor do cigarro que torna o meu beijo ainda mais saburroso.

As 10 melhores canções da carreira solo de Paul McCartney

As 10 melhores canções da carreira solo de Paul McCartney

Paul McCartney está em nova turnê pelo Brasil. Lotando as arenas por onde passa. Encantando as pessoas. Emocionando fãs de todas as idades, inclusive, crianças e uma promissora geração de jovens interessados em ouvir música de qualidade, o que não deixa de ser um consolo em tempos de escassez de talentos, do aparente esgotamento criativo potencializado pelo inferno veloz das mídias digitais e da apologia ao mau gosto.