Na lista dos 30 melhores filmes da história do cinema, ganhador de 3 Oscars está na Netflix Divulgação / Focus Features

Na lista dos 30 melhores filmes da história do cinema, ganhador de 3 Oscars está na Netflix

Estudante de alunos diretos de Franz Liszt, Wladyslaw Szpilman foi um celebrado pianista na década de 1930 na Polônia, realizando concertos e sendo amplamente difundido na rádio polonesa. O artista até fez turnês ao lado do violonista Bronislav Gimpel. Contudo, como muitas famílias judias, Szpilman e sua família foram enclausurados no gueto de Varsóvia. Toda a história de vida desse sobrevivente do Holocausto é narrada em sua autobiografia “O Pianista”, publicada em 1946 pela editora Wiedza, pouco após o término da guerra. Uma versão estendida foi lançada em 1998 e começou a ser traduzida para outros idiomas e publicada em diversos países. Em 1999, o livro foi considerado o livro do ano pelo Los Angeles Times, The Economist, The Guardian, entre outros jornais renomados, permanecendo no topo dos mais vendidos de 2000 a 2003.

A adaptação cinematográfica de Roman Polanski, lançada em 2002, figura na lista dos 50 melhores filmes da história do cinema e foi indicada a sete estatuetas do Oscar, conquistando três delas: melhor ator para Adrien Brody, melhor direção para Roman Polanski e melhor roteiro adaptado. Polanski, que é condenado pela Justiça norte-americana e vive hoje na Suíça, não pôde comparecer à cerimônia.

O filme retrata os primeiros momentos em que a família de Szpilman é afetada pela invasão alemã na Polônia. Após um período de isolamento no gueto, toda a sua família é deportada para um campo de extermínio em Treblinka, exceto Szpilman, reconhecido por um membro da Polícia dos Guetos. Ele permanece no gueto como trabalhador até 1943, quando o local é abolido.

O filme, que está na Netflix, narra a longa trajetória de sobrevivência do pianista, desde seu papel como contrabandista de armas para um levante judeu até ser auxiliado por antigos amigos, escondendo-se em porões, prédios abandonados e nas ruínas de Varsóvia. Enquanto estava escondido em um edifício na Rua Aleja Niepodległości, ele foi descoberto pelo oficial nazista Wilm Hosenfeld, que, em vez de entregá-lo, passou a ajudá-lo a sobreviver, fornecendo alimentos em várias ocasiões e casacos para que Szpilman pudesse se proteger do frio.

Com uma fotografia desbotada, simbolizando a deterioração das coisas, o longa-metragem transcendental de Polanski conta com uma atuação extraordinária de Adrien Brody, que tinha apenas 29 anos quando o filme foi finalizado e lançado. Brody perdeu quase 15 quilos para interpretar Szpilman e passou um tempo isolado para compreender a profundidade dos sentimentos de seu personagem. Ele foi o ator mais jovem a conquistar o Oscar de melhor ator.

Para Polanski, realizar este filme foi uma experiência marcante, já que ele próprio é um sobrevivente do Holocausto. Nascido em Paris, onde viveu até os três anos de idade, a família de Polanski mudou-se para Cracóvia para se manter segura durante a Segunda Guerra Mundial, mas sua mãe acabou sendo levada para o campo de extermínio em Auschwitz junto com outros familiares, onde morreu. Seu pai ficou preso no campo de Mauthausen-Gusen, na Áustria, e conseguiu sobreviver ao Holocausto. Roman Polanski passou parte de sua infância vagando como um mendigo por guetos e florestas da Polônia até reencontrar seu pai ao final da guerra.


Filme: O Panista
Direção: Roman Polanski
Ano: 2002
Gênero: Biografia/Drama/Guerra
Nota: 10