A mais bela história de amor do cinema está de volta à Netflix e vai tocar cada cantinho do seu coração Divulgação / Columbia Pictures

A mais bela história de amor do cinema está de volta à Netflix e vai tocar cada cantinho do seu coração

Jane Austen, ainda jovem e com pouco conhecimento direto sobre a complexidade da sociedade de sua época, escreveu “Razão e Sensibilidade” em um momento de transição cultural e social. Durante os anos finais do século 18, a vida das mulheres, especialmente as da aristocracia, estava circunscrita ao ambiente doméstico, com responsabilidades que raramente ultrapassavam a gestão da casa e a educação dos filhos.

A Revolução Industrial, em pleno andamento no início do século 19, trouxe prosperidade econômica para a Inglaterra, mas pouco alterou a situação das mulheres, que permaneceram ancoradas em um papel tradicional, independentemente do avanço industrial e das mudanças sociais que ele provocava.

A adaptação cinematográfica de 1995 de “Razão e Sensibilidade”, dirigida por Ang Lee, captura com fidelidade as limitações impostas às mulheres daquela época, retratando a dependência feminina em relação às decisões masculinas.

O filme destaca a situação de uma viúva e suas três filhas, forçadas a se adaptarem a uma nova realidade após a morte do patriarca da família Dashwood. A narrativa acompanha a jornada dessas mulheres enquanto elas enfrentam as adversidades e buscam segurança e amor em um mundo dominado por convenções sociais e expectativas de gênero.

O dilema central do filme, e do livro, gira em torno das restrições financeiras e sociais que moldam as relações e as escolhas amorosas, uma crítica sutil à mercantilização dos casamentos e à vulnerabilidade feminina naquela sociedade. A história de Elinor e Marianne Dashwood, ao lidar com as expectativas de casamento e as complicações românticas, reflete as tensões entre o desejo pessoal e as conveniências sociais, um tema que, apesar de ambientado no contexto do final do século, ressoa até os dias atuais.

“Razão e Sensibilidade”, na Netflix, não se limita apenas a expor as dificuldades enfrentadas pelas mulheres daquela época; o filme, assim como o livro, oferece uma visão crítica sobre as normas sociais e explora a complexidade dos relacionamentos humanos dentro de um contexto histórico específico, marcado por transformações econômicas e sociais significativas.

A obra de Austen, por meio de sua adaptação para o cinema, continua a provocar reflexões sobre os papéis de gênero, as relações de poder e a busca por autonomia e satisfação pessoal.


Filme: Razão e Sensibilidade
Direção: Ang Lee
Ano: 1995
Gêneros: Romance/Drama
Nota: 8/10