A nova tradução de ‘Evguiêni Oniéguin’, de Aleksandr Púchkin

A nova tradução de ‘Evguiêni Oniéguin’, de Aleksandr Púchkin

Aleksandr Púchkin (1799-1837) escreveu um romance em versos, na primeira metade do século 19, que permanece moderno. “Evguiêni Oniéguin” é uma obra-prima e praticamente reinventou a grande literatura russa. Pode-se dizer que todos os grandes do século 19, como Gógol, Tolstói e Dostoiévski, são filhos do bardo que viveu pouco mais de 30 anos e morreu num duelo com um francês (suspeito de ter um caso com a mulher do poeta).

Os leitores que sabem português têm sorte, muita sorte, porque contam com três traduções de “Evguiêni Oniéguin” e, partir de 27 de fevereiro de 2023, vão contar com uma quarta.

A Editora Record publicou “Eugênio Oneguin” (com tal grafia), em 2010, com tradução do embaixador Dário Moreira de Castro Alves. Direto do russo. 286 páginas.

A Ateliê Editorial publicou “Eugênio Onêguin — Um Romance em Versos” (manteve-se a grafia da primeira versão, acrescentando um acento circunflexo em “Onêguin), em 2019. A tradução é de Alípio Correia de França Neto e Elena Vássina. Direto do russo. É o primeiro volume. 217 páginas,

A editora portuguesa Relógio D’Água lançou “Eugénio Onéguin” (com acentuação típica de Portugal, com acentos agudos em lugar de acentos circunflexos), em 2016. A tradução é de Nina Guerra e Filipe Guerra. Direto do russo. 223 páginas.

Evguiêni Oniéguin, de Aleksandr Púchkin (Companhia das Letras, 304 páginas)

A quarta tradução, um empreendimento de Rubens Figueiredo sairá, em fevereiro de 2023, pela Editora Penguin/Companhia das Letras, com o título “Evguiêni Oniéguin”. Direto do russo. 304 páginas.

No site da Companhia das Letras, há a seguinte síntese: “Obra fundadora da literatura russa, ‘Evguiêni Oniéguin’ é um romance em versos publicado entre os anos de 1825 e 1832. Nesse romance, Púchkin narra a vida do dândi Oniéguin que, entediado com seu cotidiano, viaja para o campo, onde conhece a bela Tatiana. Ela se apaixona à primeira vista, mas é duramente rejeitada. Anos depois, Oniéguin percebe o erro que cometeu e tenta desesperadamente retraçar seu caminho no amor. Contudo, o destino e diversas forças sociais não estarão a seu favor. Obra poética magistral e narrativa única, este livro tem agora sua primeira tradução brasileira completa direta do russo. Rubens Figueiredo também compõe um texto de apresentação e notas para auxílio da leitura”.

Espera-se que a Companhia das Letras corrija um equívoco: a tradução de Dário Moreira de Castro Alves, a primeira brasileira, é completa e feita a partir do russo (o autor foi embaixador na Rússia). De fato, a Ateliê Editorial ainda não publicou o segundo volume.

Rubens Figueiredo, um dos mais qualificados tradutores do russo no Brasil (já transpôs para o português obras de Liev Tolstói, Ivan Turguêniev, Dostoiévski, Ivan Gontcharóv e Tchékhov), é autor também da apresentação e das notas.