Obi-Wan Kenobi é uma experiência deliciosa e revigorante para os fãs nostálgicos da saga Star Wars Divulgação / Disney+

Obi-Wan Kenobi é uma experiência deliciosa e revigorante para os fãs nostálgicos da saga Star Wars

Ao contrário da Netflix, a Disney costuma lançar os episódios de suas séries a conta-gotas e com a aguardada “Obi-Wan Kenobi” não foi diferente. A série que veio para preencher um buraco na história de um dos heróis mais amados de “Star Wars” acaba de encerrar a temporada, sem previsão de uma segunda, e dividiu opiniões entre os fãs. Com apenas 62% de avaliações positivas da audiência do Rotten Tomatoes, a série também recebeu elogios e críticas no Twitter.

Escrita por Joby Harold e Hossein Amini, com algumas outras colaborações, “Obi-Wan Kenobi” foi dirigida por Deborah Chow, que também tem em seu currículo alguns episódios de “O Mandaloriano”, “Better Call Saul” e “Mr. Robot”.

A série é um prato cheio para os mais nostálgicos, já que é marcada por alguns reencontros entre Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) , agora Ben, e Darth Vader (James Earl Jones). Os episódios possuem um andamento lento e tentam cuidadosamente construir os eventos que se passam nove anos antes de “Star Wars — Uma Nova Esperança”. A pequena princesa Leia (Vivien Lyra Blair) é sequestrada por cavaleiros do Império em uma tentativa de Vader atrair Kenobi para uma armadilha.

Isso, porque após os eventos de “A Vingança dos Sith”, em que o jedi e seu jovem aprendiz, Anakin Skywalker (Hayden Christensen), se confrontam, Obi-Wan o deixa nas chamas para morrer. Vader quer vingança. Mas durante esses dez anos, Kenobi esteve escondido e isolado em Tatooine. Ele se afastou da força e passou apenas a observar ao pequeno Luke Skywalker (Grant Feeley) crescer como filho de uma família de fazendeiros. Mas, claro, com o sequestro de Leia Organa, o Jedi é convocado para recuperar a menina e tem de enfrentar não apenas Vader, mas também seus traumas do passado.

Agora, Kenobi atende por Ben e é apenas um velho com as habilidades enferrujadas. E o pior, sua fé está abalada. Ele viu a Ordem 66 ser completamente exterminada, uma civilização inteira se afundar na escuridão e perdeu seu promissor padawan para o lado negro da força. Ele está em negação e sequer pode acreditar, quando descobre, que Anakin se tornou Vader. Mas sua amizade com a pequena Leia e o encontro com povos que, mesmo diante da devastação e de suas limitações, resistem ao Império, fazem com que a alma torturada de Obi-Wan volte a reencontrar seu caminho.

Em meio aos flashbacks, Anakin reaparece nas lembranças de Kenobi e os fãs podem contar com a participação de Hayden Christensen, mas não sem alguns efeitos de rejuvenescimento de pele.

Dentre as surpresas mais agradáveis está a nova vilã, Reva (Moses Ingram), também conhecida como Terceira Irmã. Reva é uma mulher ambiciosa, vingativa, boa de luta e que não mede esforços para alcançar seus objetivos. Qualquer outra revelação sobre essa personagem poderia culminar em um terrível spoiler. A pequena Vivien  Lyra Blair, que interpreta Leia, também nos mostra como “Star Wars” sempre foi um exemplo de representatividade da força e personalidade feminina. Ela simplesmente conquista todos os corações quando entra em cena. E podemos garantir que a Leia de Carrie Fisher, Padmé Amidala, Jyn Erso e Rae também entregam tudo e são adoradas pelos amantes da saga, mostrando que “Star Wars” sempre pensou em mulheres fortes.

Apesar de alguns efeitos visuais bobos, falhas na mixagem de som, minúsculos furos no roteiro e o andamento lento, “Obi-Wan Kenobi” é uma experiência deliciosa e revigorante para os fãs nostálgicos da saga, que tiveram a chance de rever seus personagens favoritos e acompanhar cenas de lutas emocionantes. Se queremos mais? Queremos, sim.


Série: Obi-Wan Kenobi
Ano: 2022
Gênero: Ação/Aventura/Ficção Cientifica
Nota: 9/10