O mundo está cada vez mais apressado e saturado de notícias que parecem disputar quem consegue deixar o espectador mais exausto. Rir virou, praticamente, um ato de resistência. As boas comédias não são apenas um escape, mas um lembrete de que o riso tem camadas, e que o humor, quando bem feito, consegue fazer até situações trágicas ficarem mais doces. A Revista Bula encontrou no Prime Video filmes que provocam o riso e se tornam um refugio para quem precisa desse tipo de alívio. Obras que brincam com a ironia da vida cotidiana, zombam das convenções sociais e, no fim, lembram que o melhor antídoto para o caos é o riso que nasce do reconhecimento.
Essas comédias provam que o humor é uma linguagem universal, mas nunca simples. Há a sátira que desmonta o machismo disfarçado de cordialidade, ironia que escancara a desigualdade, o pastelão que fala sobre racial estrutural e a fantasia que devolve o encantamento num mundo cor-de-rosa que, curiosamente, é mais crítico do que parece. O riso, afinal, também pode ser uma forma de subversão e cura.

Charlie administra uma oficina mecânica composta apenas por mulheres, mas é forçada a repensar seu negócio diante de novos desafios. Buscando apoio emocional, ela passa a se abrir com Beau, um confidente online que parece compreensivo e inspirador. O que Charlie não imagina é que Beau é, na verdade, seu maior rival no mercado automotivo. Quando a verdade vem à tona, a relação entre os dois se transforma em um delicado equilíbrio entre competição e afeto, revelando como até as engrenagens da rivalidade podem gerar conexões genuínas.

Dois velhos conhecidos do público retornam ao sertão nordestino com a mesma astúcia e a mesma sorte duvidosa. Agora, enfrentam um cenário mais caótico, onde promessas políticas, milagres e golpes se confundem. O que muda é o amadurecimento dos trapaceiros, que, entre uma confissão e outra, descobrem que a esperteza também tem prazo de validade. Entre o riso e a crítica social, a história se desenrola como uma fábula cômica sobre fé, corrupção e a eterna arte de sobreviver, com a bênção (ou paciência) da santa que tudo vê.

Vivendo em um mundo perfeito onde tudo é cor-de-rosa e os dias seguem um roteiro impecável, uma boneca começa a questionar o sentido de sua existência. Quando uma falha a obriga a sair de sua bolha de plástico, ela embarca em uma jornada existencial que mistura filosofia e purpurina. Ao descobrir o mundo real — com suas contradições, dores e ironias, ela passa a entender que a perfeição talvez seja o maior defeito de todos. Uma comédia que ri de si mesma enquanto questiona o que significa ser mulher, ser livre e ser de verdade.

Dois agentes do FBI, desastrados e desesperados para salvar suas carreiras, se disfarçam como socialites brancas para resolver um sequestro. O plano, que já nasce absurdo, rapidamente se transforma em um festival de confusões, choques culturais e piadas que atravessam o politicamente incorreto com surpreendente consciência. Entre desfiles, festas e intrigas, os agentes descobrem que se infiltrar na elite é mais perigoso do que qualquer missão, e que as aparências, literalmente, enganam.