3 suspenses brilhantes que você talvez nunca viu — mas devia

3 suspenses brilhantes que você talvez nunca viu — mas devia

Um dos gêneros mais fascinantes da sétima arte, o suspense mexe com nossos instintos mais primitivos: o medo do desconhecido, a ansiedade diante do que pode vir e o impulso de sobreviver. Se o terror aposta em jump scares para provocar impacto no público, o suspense se alimenta de uma tensão crescente. Há um silêncio incômodo, uma música sutil, um corte de câmera em lugares vazios que pressupõem presenças invisíveis. Hitchcock, Roman Polanski, Brian De Palma, Stanley Kubrick, David Fincher e Denis Villeneuve entenderam que a verdadeira força de um suspense não está em mostrar, mas em sugerir. É a imaginação dos espectadores que preenche as lacunas.

No suspense, cada informação precisa ser milimetricamente administrada. Não se pode revelar demais, para não entregar as respostas cedo, nem de menos, para não entediar o público. A montagem perfeita faz toda a diferença: combinar o ritmo, o silêncio e a ação, o que é mostrado e o que é escondido, criar o clima que sustenta a narrativa. A tensão não precisa ser construída apenas com violência, perseguições e sustos, mas também com dilemas éticos e verdades prestes a se revelarem. O suspense pode ser sofisticado, explorar diversas nuances da humanidade e da sociedade, e ao mesmo tempo manter o espectador em estado de alerta.

É preciso construir uma experiência sensorial e intelectual que conduza ao medo. Saber ativar a imaginação das pessoas, obrigando-as a agir como detetives em um jogo de xadrez entre espectador e filme. Cada detalhe pode ser uma chave para a solução do enigma ou uma armadilha para nos distrair. Bons suspenses sempre provocam reflexões e nos confrontam com aquilo que mais tentamos evitar: a incerteza, a falta de controle e a possibilidade de um mal que pode estar sempre à espreita. Nesta lista, selecionamos 3 suspenses recentes imperdíveis disponíveis nos streamings.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.