5 livros lançados há décadas que voltaram a ser uma febre inexplicável em 2025

5 livros lançados há décadas que voltaram a ser uma febre inexplicável em 2025


Ninguém sabe exatamente o que acontece no sótão da internet, mas de tempos em tempos, alguém tropeça numa edição empoeirada, sopra a poeira digital e pronto: temos um novo surto literário coletivo. É como se a geração TikTok tivesse descoberto uma máquina do tempo, só que, ao invés de usá-la para impedir guerras ou salvar dinossauros, decidiram reler com lágrimas nos olhos e unhas malfeitas um romance vitoriano de 1847. Porque sim, em 2025, entre vídeos de unboxing e danças sincronizadas, a febre do momento é… literatura do século 19. Ou quase isso. O algoritmo, ao que tudo indica, leu Virginia Woolf e resolveu dar uma de iconoclasta: não se trata de nostalgia, mas de uma reedição afetiva das angústias, paixões e surtos muito bem narrados por quem já pirava antes da existência do Wi-Fi.


A ironia, claro, é que muitos desses livros ressuscitados foram ignorados solenemente nas aulas de literatura. Mas coloque uma música triste de fundo, uma iluminação boa e uma resenha dizendo “esse livro me destruiu”, e pronto, viram relíquias cult. Não é à toa que adolescentes apaixonados por estética dark academia estão devorando romances introspectivos com vocabulário de três sílabas e longas descrições de penhascos. Enquanto isso, os editores correm para relançar capas novas, com fontes minimalistas, como se isso anulasse o fato de que o protagonista pensa por 40 páginas antes de pedir uma xícara de chá. E, surpreendentemente, estamos todos lendo. O que nos leva a uma pergunta inevitável: será que esses livros realmente são bons ou estamos apenas romantizando o tédio com um filtro sépia? Bem, a resposta talvez esteja entre uma tragédia vitoriana e um ultra-violento experimento social.


O curioso é que, mesmo tendo sido escritos em contextos tão diferentes, esses títulos voltaram como se nunca tivessem saído. E não voltaram discretamente, não, voltaram como se estivessem atrasados para uma festa onde só entra quem tem crise existencial. Há algo de reconfortante, quase terapêutico, em ver jovens de 17 anos debatendo moralidade, livre-arbítrio e estruturas patriarcais com base em livros lançados antes da invenção da lâmpada elétrica. Seria essa a vingança dos clássicos? Ou só mais uma moda passageira que vai sumir quando surgir o próximo “livro que todo mundo está lendo porque choraram no final”? Não temos todas as respostas, mas temos algo melhor: cinco obras literárias que desafiaram o tempo, os algoritmos e até os nossos preconceitos leitores, para provar que o bom e velho livro físico ainda tem fôlego para viralizar. E não foi pouca coisa, não. Prepare-se para o inesperado retorno de personagens que, francamente, estavam muito bem aposentados.