7 filmes para quem ama livros mais do que gente Divulgação / The Weinstein Pictures

7 filmes para quem ama livros mais do que gente

Desde os primórdios da civilização, o ser humano tem buscado formas de expressar suas emoções, registrar suas memórias, transmitir seus conhecimentos e imaginar futuros possíveis. Entre as muitas ferramentas desenvolvidas ao longo do tempo, poucas se mostraram tão poderosas, duradouras e transformadoras quanto a literatura. Muito mais do que uma manifestação artística, a literatura é, antes de tudo, uma força essencial da vida, um campo simbólico onde a existência humana reinventa-se e se compreende. A literatura é, em essência, o reflexo mesmo da condição humana. Por meio de vocábulos, o homem registra suas angústias, esperanças, sonhos e dilemas, transformando-as em prosa, poesia e ensaio. Tempos de repressão política e censura dos indivíduos prestam-se à conjuntura irretocável para que a literatura apresente-se como um poderoso expediente de resistência. Escritores e poetas, mesmo sob risco de perseguição, têm usado sua pena a fim de denunciar injustiças e manter acesa a chama da liberdade.

Uma das maiores virtudes da literatura é a sua capacidade de fomentar a empatia. Ao colocarmo-nos no lugar de personagens tão diferentes de nós, somos convidados a experimentar o mundo sob outra perspectiva. Esse exercício de alteridade é fundamental para a construção de sociedades mais justas, tolerantes e humanas. A vida, como sabemos, é repleta de desafios, perdas, frustrações e solidão. Em muitos desses casos, a literatura surge como uma fonte de consolo. A literatura tem o poder de nos lembrar de que não temos de sentir-nos assim tão descorçoados. Obstáculos com que nos deparamos já foram vividos por gente que jamais viremos a conhecer. Essa comunhão tácita entre público e autor, muitas vezes apartados por séculos, é uma das maneiras mais profundas de conexão humana. Além disso, a literatura é uma fonte inesgotável de esperança. Mesmo nos enredos mais sombrios, há sempre uma centelha de luz, um gesto de humanidade, um final aberto que convida à esperança.

Por todas essas razões, não é difícil gostar mais de livros do que de certas pessoas. Na lista que segue, pinçamos sete filmes que refletem as obras literárias de que nasceram ou discorrem, de uma maneira ou de outra, acerca da magia avassaladora das palavras, casos de “Hamlet” (1948), o clássico dirigido por Laurence Olivier (1907-1989) a partir da peça homônima levada aos palcos por Shakespeare em 1601, um dos cânones da literatura e da arte dramática ocidental, no primeiro grupo, e de “O Leitor” (2008), de Stephen Daldry, na segunda categoria. “Livros, livros à mancheia”, diria o poeta baiano Castro Alves (1847-1871). Filmes, filmes sobre livros, completo eu.

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.