Para alguns, a maior comédia romântica já feita — para outros, também. No Prime Video

Para alguns, a maior comédia romântica já feita — para outros, também. No Prime Video

Comédias românticas frequentemente escondem, sob humor leve, um debate direto sobre desigualdade de poder e vigilância pública. O encontro entre uma pessoa anônima e uma celebridade exige teste de realidade: o que sustenta um vínculo quando a curiosidade alheia dita horários, rotas e versões? Londres oferece o laboratório desse embate, onde vizinhança, imprensa e rotina moldam escolhas.

Romance de férias na Netflix promete doçura, mas deixa gosto de corante na boca Ana Belen Fernandez / Netflix

Romance de férias na Netflix promete doçura, mas deixa gosto de corante na boca

A primeira mordida em uma fruta madura costuma enganar: o sabor açucarado domina, seduz, promete uma experiência inesquecível. Depois de alguns segundos, percebemos que aquela doçura só estava escondendo a falta de complexidade. “Manga”, do cineasta iraniano Mehdi Avaz, funciona exatamente assim, vendendo o encanto solar do sul da Espanha como se bastasse um cenário idílico para que o romance entre duas pessoas muito diferentes se tornasse algo digno de lembrança.

Se você nunca viu esse filme, ainda não entendeu o que é cinema. É como tomar um tiro de adrenalina e amar cada segundo Divulgação / Sony Pictures Classics

Se você nunca viu esse filme, ainda não entendeu o que é cinema. É como tomar um tiro de adrenalina e amar cada segundo

A protagonista de “Corra, Lola, Corra” é uma figura cômoda em sua natureza diabólica e santa, levada a enfrentar uma maratona só porque não sabe desfazer-se do homem que, ela crê, entraria no mesmo turbilhão por ela. Tom Tykwer cerca sua anti-heroína de reflexões filosóficas que passam como um relâmpago no longo de 81 minutos, enquanto ela, conforme sugere o título, avança por Berlim movida por uma missão nobre. Mas ela parecia não saber que seu caminho seria tão tortuoso.

Cuidado com o que você assiste: suspense, na Netflix, inspirado em Hitchcock vai te perseguir depois dos créditos Divulgação / Paramount Pictures

Cuidado com o que você assiste: suspense, na Netflix, inspirado em Hitchcock vai te perseguir depois dos créditos

A vida doméstica pode produzir ansiedade tanto quanto alívio. Em bairros de cercas baixas e rotinas previsíveis, pequenas anomalias disparam alertas que crescem com o silêncio e a repetição. O suspense prospera quando informação falta, o tempo corre devagar e a proximidade impede recuo. A leitura de “vizinho” vira problema de segurança, e a casa deixa de ser abrigo para se tornar posto de observação. O gênero do thriller juvenil exige clareza espacial, sons que orientam a atenção e atuações capazes de sustentar dúvida prolongada sem revelar o jogo.

O encontro mais perigoso do ano está no Prime Video e você vai pensar duas vezes antes do próximo match Divulgação / Universal Pictures

O encontro mais perigoso do ano está no Prime Video e você vai pensar duas vezes antes do próximo match

Há encontros que nascem fadados ao desastre. E, às vezes, o desastre atende pelo nome de algoritmo. “Drop” compreende perfeitamente esse risco: confiar demais, se expor em excesso, permitir que um estranho vire companhia antes mesmo de virar memória. Não estamos diante de uma história sobre tecnologia como monstro, isso seria confortável demais, e sim sobre vulnerabilidade em um mundo onde tudo tenta nos convencer de que estamos sempre seguros.