Cuidado com o que você assiste: suspense, na Netflix, inspirado em Hitchcock vai te perseguir depois dos créditos Divulgação / Paramount Pictures

Cuidado com o que você assiste: suspense, na Netflix, inspirado em Hitchcock vai te perseguir depois dos créditos

A vida doméstica pode produzir ansiedade tanto quanto alívio. Em bairros de cercas baixas e rotinas previsíveis, pequenas anomalias disparam alertas que crescem com o silêncio e a repetição. O suspense prospera quando informação falta, o tempo corre devagar e a proximidade impede recuo. A leitura de “vizinho” vira problema de segurança, e a casa deixa de ser abrigo para se tornar posto de observação. O gênero do thriller juvenil exige clareza espacial, sons que orientam a atenção e atuações capazes de sustentar dúvida prolongada sem revelar o jogo.

O encontro mais perigoso do ano está no Prime Video e você vai pensar duas vezes antes do próximo match Divulgação / Universal Pictures

O encontro mais perigoso do ano está no Prime Video e você vai pensar duas vezes antes do próximo match

Há encontros que nascem fadados ao desastre. E, às vezes, o desastre atende pelo nome de algoritmo. “Drop” compreende perfeitamente esse risco: confiar demais, se expor em excesso, permitir que um estranho vire companhia antes mesmo de virar memória. Não estamos diante de uma história sobre tecnologia como monstro, isso seria confortável demais, e sim sobre vulnerabilidade em um mundo onde tudo tenta nos convencer de que estamos sempre seguros.

Suspense no Prime Video que incomoda — porque poderia ser você no lugar dela Divulgação / Blumhouse Productions

Suspense no Prime Video que incomoda — porque poderia ser você no lugar dela

“A Mulher no Jardim” estrutura seu suspense a partir de uma ameaça que se desloca entre o visível e o incompreensível. A trama se organiza sobre o cotidiano de uma família dilacerada por uma perda que não concede descanso. A protagonista é uma mulher que se move com dificuldade, física e emocionalmente, e encontra-se submetida a um ritual de sobrevivência que não garante nenhum alívio. A casa em que vive deveria oferecer abrigo, porém se transforma em zona de conflito entre a razão e aquilo que insiste em se aproximar pelo lado de fora.

Chegou ao Prime Video o último filme de uma lenda francesa — um adeus que mistura angústia e ternura Divulgação / Mares Filmes

Chegou ao Prime Video o último filme de uma lenda francesa — um adeus que mistura angústia e ternura

Muito da excelência de “A Viagem de Meu Pai” deve-se ao teatro. Florian Zeller apresentou “Le Père” (“o pai”, em tradução literal; 2014) nos palcos do Théâtre Hébertot, em Paris, com Robert Hirsch (1925-2017) e Isabelle Gélinas, sem saber que estava prestes a revolucionar sua carreira e contribuir para um dos momentos mais sublimes do cinema contemporâneo. Combinando leveza e melancolia, o diretor Philippe Le Guay emociona ao capturar os últimos lampejos de autonomia de um homem que não se dobra ao peso dos anos e às tantas limitações da velhice. E quem o repreenderá?

Crime, romance e risadas: Margot Robbie no golpe mais charmoso que acaba de chegar à Netflix Divulgação / Warner Bros.

Crime, romance e risadas: Margot Robbie no golpe mais charmoso que acaba de chegar à Netflix

Romance e trapaça prosperam onde informação circula depressa e falhas custam caro. Nesta chave, a história examina profissionais do engano que exploram luxo, estádios e salas envidraçadas para testar limites do próprio ofício. A tensão nasce da disputa por dados, do tempo curto e do risco de colocar afeto na linha de frente. A leitura dominante é de suspense com veios de comédia e sedução tratada como ferramenta, não como prêmio. O interesse recai nas escolhas de câmera, atuação e montagem que sustentam ritmo e legibilidade.