O santo pecador Martin Scorsese Brigitte Lacombe / Apple

O santo pecador Martin Scorsese

Lançado pela Apple+ em cinco episódios, o documentário “O Lendário Martin Scorsese” é um grande painel sobre a vida e a obra do diretor de cinema. O filme foi dirigido por Rebecca Miller, filha do lendário dramaturgo Arthur Miller e casada com o ator Daniel Day-Lewis. Trata-se de uma visão ampla e até certo ponto comovente de um dos maiores autores do cinema americano. Scorsese participa ativamente do filme, concedendo longas entrevistas e revisitando toda a sua trajetória.

A série mais assistida do mundo todo na Netflix: fenômeno global Divulgação / Netflix

A série mais assistida do mundo todo na Netflix: fenômeno global

Se há algo que os aficionados por true crime precisam entender antes de mergulhar em “O Monstro de Florença” é que a Itália dos anos 60, 70 e 80 não era Hollywood, nem mesmo o CSI mais criativo teria resolvido aquele quebra-cabeça. A série da Netflix, em quatro episódios precisos, captura essa realidade com uma elegância tensa, misturando o horror de crimes reais com a burocracia e o absurdo de um sistema judicial muitas vezes cego diante do óbvio.

Eu sei como alimentar o silêncio com os meus olhos

Eu sei como alimentar o silêncio com os meus olhos

Mas já me agraciaram com o diploma de estranha. Eu como com os olhos. Eu lambo com a testa. Faço a nau conforme o rio, gostosinho e sem frescura. Quem me navega já sabe que eu mais rio do que choro. Ainda assim, sou boa companhia para a solidão porque sei como alimentar o silêncio com os meus olhos. Já pari menino. Já dei de mamar. As minhas tetas despencaram. Não me falem em silicone. Tenho os pés pequenos e tantos caminhos a percorrer que até eu duvido. Se eu quisesse morrer eu já tinha morrido.

O capitalismo em sua forma mais pura: a comédia de Scorsese que expõe o império do excesso, no Prime Video Mary Cybulski / Paramount Pictures

O capitalismo em sua forma mais pura: a comédia de Scorsese que expõe o império do excesso, no Prime Video

Martin Scorsese, mais do que qualquer outro cineasta norte-americano, entende o capitalismo como uma religião sem transcendência, cujo altar é o próprio corpo em êxtase. Em “O Lobo de Wall Street”, o diretor abandona a culpa católica que perpassava sua filmografia e entrega uma espécie de missa negra do mercado financeiro, uma celebração da ganância que não busca expiação, apenas permanência.

Era 29 de dezembro de 2001. O país segurou o ar. Ela tinha 39. Depois, o luto virou coro e o Brasil seguiu cantando Cássia Eller

Era 29 de dezembro de 2001. O país segurou o ar. Ela tinha 39. Depois, o luto virou coro e o Brasil seguiu cantando Cássia Eller

Entre sal, concreto e vento seco, a história de Cássia Eller se revela pelo corpo em cena e pelo silêncio do bastidor. O palco respira: a voz grave, sem enfeite, convoca plateias, erra e recomeça, aprende a medida do risco. Do circuito de bares ao “Acústico MTV”, do Rock in Rio à sala de estar, o timbre encontra canções-abrigo e parceiros de lapidação. Após a partida, fica a curva que ela abriu: consolo que provoca, coragem sem pose, presença que segue escutando em casas, ruas e fones atentos. Por perto.