Livros

Em 1970, um escritor ergueu a espada e abriu o próprio ventre para provar ao seu país que a palavra ainda podia matar

Em 1970, um escritor ergueu a espada e abriu o próprio ventre para provar ao seu país que a palavra ainda podia matar

Da infância vigiada em Tóquio ao uniforme azul-escuro alinhado no cabide, a trajetória acompanha um jovem que aprende disciplina em colégio tradicional, passa por uma mesa no Ministério das Finanças e decide que corpo e frase precisam da mesma firmeza. Treina, reescreve, arquiva recibos, organiza horários. Funda a Tatenokai, grupo cívico que frequenta quartéis com autorização.

László Krasznahorkai, o homem que escreveu o fim do mundo em câmera lenta

László Krasznahorkai, o homem que escreveu o fim do mundo em câmera lenta

Uma aldeia desfeita pela própria fadiga, um mapa de valas e galpões vazios, rostos que esperam junto à porta sem relógio. O rumor de um retorno corre de mesa em mesa, cresce no copo e no canto do olho. Ninguém garante nada, mas o chão escurece, a água puxa o cascalho, e a esperança encontra abrigo em vozes que se repetem. “Sátántangó” observa essa espera com paciência clínica: a frase avança poucos metros, recua um passo e insiste, e o ar frio da vila entra no leitor.

O Monstro e Outras Histórias: Stephen Crane e o espelho cruel da humanidade

O Monstro e Outras Histórias: Stephen Crane e o espelho cruel da humanidade

A literatura precoce de Stephen Crane faz pensar uma coisa essencial: em que momento da vida estamos suficientemente maduros para dar uma contribuição relevante. Em qualquer área do conhecimento humano, não há dúvidas, a boa formação é necessária para um perfeito desenvolvimento. É necessário, ainda, o conhecimento acumulado, o domínio intelectual da literatura pré-existente, para que um salto estilístico seja devidamente efetuado. Stephen já escrevia aos 13 anos de idade. Também fumava e bebia, o que caracteriza uma atitude precoce para as coisas do conhecimento e do mundo.

7 livros escritos em bares e cafés que mudaram o mundo

7 livros escritos em bares e cafés que mudaram o mundo

Trieste, Paris, Praga e portos do Atlântico moldaram páginas escritas em mesas de café e balcões de bar. No Caffè San Marco e no Pirona, um irlandês afinou frases entre dicionários. No Café de Flore, no Les Deux Magots e no Closerie des Lilas, filósofos e romancistas lapidaram diálogos. No Café Louvre, estudantes e escritores registraram a ascensão da burocracia. Em tavernas de New Bedford e Manhattan, vozes de baleeiros alimentaram capítulos. Esta curadoria mostra como esses espaços sustentaram forma, ritmo, ouvido e ambição literária.

5 livros encantadores para ler em um final de semana

5 livros encantadores para ler em um final de semana

Um fim de semana não precisa de maratona literária para ser memorável. Precisa de silêncio, precisão e histórias que respirem. Esta curadoria reúne cinco obras breves e exigentes, escolhas que confiam na inteligência do leitor e na música da frase. São livros que cabem em duas tardes e permanecem por semanas, capazes de renovar a atenção para o cotidiano sem recorrer a truques. Leituras enxutas, afetivas, rigorosas, que deslocam um centímetro o mundo e devolvem proporção às coisas. Escolha um para sábado e outro para domingo, e sinta a diferença.