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Você não conseguirá parar de assistir, suspense psicológico que passou despercebido na Netflix, vai te atormentar Divulgação / Netflix

Você não conseguirá parar de assistir, suspense psicológico que passou despercebido na Netflix, vai te atormentar

O cinema nos transforma em voyeurs. Assistimos imagens e roteiros sem poder interferir no desfecho. Quando o protagonista de um filme é um dos nossos — ou seja, fica vendo o que os outros fazem — a Sétima Arte nos transporta para dentro do drama. Trata-se do jovem ator Tye Sheridan, que interpreta Bart, recepcionista noturno de um hotel onde mulheres se hospedam para receber visitas clandestinas.

Filme alucinante que acabou de estrear na Netflix é o mais visto da atualidade em 90 países Julien Goldstein / Netflix

Filme alucinante que acabou de estrear na Netflix é o mais visto da atualidade em 90 países

Uma vez que se opta por virar-se a página, com tudo quanto pode existir de árduo nisso, a vida abre espaço para que sucedam experiência quiçá nem tão ditosas, mas com outra carga de drama, outras cores, ao menos para os que se contentam em ser simples mortais. Heróis, entretanto, obedecem a outra lógica, até (ou principalmente) nisso: essa é apenas uma das impressões a se tirar de “Bala Perdida 2” (2022), a sequência do bom thriller do francês Guillaume Pierret e continuação de uma história de busca por reparação e muito, muito rancor.

O filme com Natalie Portman e Clive Owen, na Netflix, que deveria ser considerado crime não assistir Gaumont / Columbia Tristar Film

O filme com Natalie Portman e Clive Owen, na Netflix, que deveria ser considerado crime não assistir

O conteúdo de um aquário está exposto (aberto) e ao mesmo tempo fechado no seu próprio mundo. É a metáfora perfeita usada pelo filme “Closer”, de Mike Nichols (2004). Relacionamento amoroso é uma antiga especialidade do diretor, como podemos ver desde “Carnal Knowledge” (1971). Se no seu filme antigo (e tão terrivelmente moderno na época), o tédio e o vazio eram os motores da trama da troca de casais, neste é o desespero gerado pela situação limite: tudo está próximo demais, transparente, e ao mesmo tempo fechado, inacessível.

Encantador e quase perfeito, o filme que todas as pessoas deveriam assistir volta ao catálogo da Netflix Divulgação / Sony Pictures Classics

Encantador e quase perfeito, o filme que todas as pessoas deveriam assistir volta ao catálogo da Netflix

Depois de rever “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen, me mudei para lá, não para a cidade física ou a representada em imagens, mas para a conexão entre os mundos, a viagem para dentro de si mesmo, o insight sobre a insatisfação do presente, o acerto do convívio entre os talentos como forma de barrar a barbárie. Um filme e tanto.