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A história da escritora que escandalizou o Brasil em 1920 — e foi apagada como quem cometeu um crime

A história da escritora que escandalizou o Brasil em 1920 — e foi apagada como quem cometeu um crime

Chrysanthème foi uma das vozes mais ousadas e incômodas da literatura brasileira no início do século 20. Escreveu sobre vício, desejo e histeria feminina com linguagem afiada e intensidade rara. Foi publicada, vendida, elogiada e, depois, meticulosamente esquecida. Neste ensaio, resgatamos a trajetória de Cecília Vasconcelos, mulher que escreveu como quem desafia a própria história — e foi apagada por isso. Seu nome não consta nos cânones literários, mas sua obra ainda pulsa como corte. Redescobri-la é lembrar que, às vezes, escrever é sangrar com método.

A história do escritor brasileiro que ensaiou a própria ruína e saiu de cena antes do primeiro aplauso

A história do escritor brasileiro que ensaiou a própria ruína e saiu de cena antes do primeiro aplauso

Era como se escrevesse com o corpo. Ou contra ele. A língua que cuspia não obedecia à gramática dos vivos, nem dos mortos. Tinha um jeito de estar fora da sala mesmo quando era o centro da mesa. Falava atravessado, com os olhos meio fundos, meio ausentes. Ninguém sabia ao certo se estava fingindo ou dissolvendo. Talvez as duas coisas. O fato é que, quando lançou “PanAmérica”, em 1967, já parecia ter saído de si fazia tempo.

Jorge Amado e a volta da narrativa da nação Foto / Bernard Gotfryd

Jorge Amado e a volta da narrativa da nação

A obra de Jorge Amado ocupou ao longo de décadas uma posição curiosa na literatura brasileira. Simultaneamente foi consagrada pelo grande público e tratada com reticência por boa parte da crítica. Os romances conquistaram leitores aqui e em todo o mundo, mas, em muitos círculos intelectuais, eram vistos como folclorizantes, populistas ou datados por conta do viés político. A situação tem mudado sob novas lentes, com reconhecimento de sua importância histórica e o resgate da proposta narrativa. Um projeto literário que, no fundo, sempre enfrentou o desafio de imaginar o Brasil enquanto nação.

7 livros que poderiam estar na estante invisível de Elena Ferrante

7 livros que poderiam estar na estante invisível de Elena Ferrante

Não se trata apenas de influência literária. São afinidades silenciosas, conexões subterrâneas entre vozes que, separadas por décadas ou continentes, parecem escrever dentro da mesma ferida. Os livros reunidos aqui não explicam Elena Ferrante — e nem tentam. Mas iluminam o terreno em que sua escrita se ancora: o corpo feminino como campo de tensão, a linguagem como contenção e ruptura, o tempo como cicatriz. Nessa seleção, não há respostas, apenas ecos. E talvez isso baste para compreender o que permanece, mesmo quando tudo se desfaz.

Os 5 livros que feriram Kafka — e por isso ele os amou até o último dia de vida

Os 5 livros que feriram Kafka — e por isso ele os amou até o último dia de vida

Franz Kafka tinha uma relação com os livros que não cabia na ideia de prazer. Para ele, ler era se confrontar, se ferir, se manter acordado diante de tudo que é insuportável. Não se tratava de consolo, mas de ruído — e de algum modo, ele buscava esse incômodo como quem precisa dele para existir. Entre todos os títulos que leu obsessivamente, alguns o seguiram como se fossem parte do corpo. Cinco livros que não apenas o influenciaram, mas o marcaram de forma irreversível — porque doeram.