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“Rainha Lira” retoma o Lear de Shakespeare para encenar o trágico e o farsesco do Brasil Foto: Bel Pedrosa / Divulgação

“Rainha Lira” retoma o Lear de Shakespeare para encenar o trágico e o farsesco do Brasil

É conhecido que Roberto Schwarz tem o status de renomado intérprete de Machado de Assis. Talvez seja o maior deles. O que pouca gente conhece é o lado dramaturgo e poeta do crítico literário. Nascido na Áustria em 1938, ele é um dos mestres do pensamento social no Brasil, com uma escrita que apenas os grandes autores conseguem alcançar. A peça teatral “Rainha Lira” (2022) acaba de sair em formato de livro e é um dos principais acontecimentos culturais dos últimos tempos.

Lendo na guerra

Lendo na guerra

Escrevi em algum lugar que funciono como aqueles soldadinhos de brinquedo em que é necessário dar corda para que eles saiam por aí fazendo as suas soldadices. Em matéria de leitura, por exemplo, a corda óbvia dos últimos dias me levou a ler o que me veio às mãos sobre a Rússia e a Ucrânia; assim, o livro de Robert Massie sobre Pedro, o Grande era o nº 1.347 da minha lista e saltou para o primeiro lugar, com honras.

Em ‘A Morte e o Meteoro’, Joca Reiners Terron retrata a extinção da vida

Em ‘A Morte e o Meteoro’, Joca Reiners Terron retrata a extinção da vida

Uma das grandes características da literatura brasileira contemporânea é o ponto de vista da catástrofe. Ficou definitivamente no passado a “consciência amena do atraso”, adotada pelos modernistas da Semana de 1922 e pelos autores do romance nordestino de 1930. O ideal positivo de superar o atraso deu lugar ao pessimismo em relação ao progresso. Na atualidade, prevalece o sentimento do desastre, seja social, político ou ambiental, que tem no escritor Joca Reiners Terron um dos seus autores mais significativos.