Livros

Antonio Candido e a vontade brasileira de ter uma literatura e um país Renato Parada / Todavia

Antonio Candido e a vontade brasileira de ter uma literatura e um país

A editora Todavia iniciou neste ano a reedição da obra completa de Antonio Candido (1918-2017). Além de estudioso da literatura, ele foi um dos grandes intérpretes do Brasil, ao lado do trio célebre formado por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr. Até o ano que vem, serão editados os 17 volumes de uma trajetória inigualável nos campos da cultura e da política. Para leitores e leitoras, é a oportunidade de reler ou de conhecer um dos maiores escritores brasileiros do século 20. 

Bula de Livro: Carta a D., de André Gorz

Bula de Livro: Carta a D., de André Gorz

Seria banal definir “Carta a D.” como uma carta aberta de um autor para sua musa. É muito mais um pedido de desculpas desse autor para sua companheira, que também foi mecenas, protetora, pilar e secretária. É uma carta de amor? Sim. Ridícula, como Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, definia toda carta de amor? Definitivamente, não. “Carta a D.”, a despeito de suas intenções viscerais, é uma peça literária cuidadosamente composta, repleta de passagens memoráveis.

Bula de Livro: Chão em Chamas, de Juan Rulfo

Bula de Livro: Chão em Chamas, de Juan Rulfo

“Chão em Chamas” é um primor de escrita e inventividade. É uma das mais bem feitas coleções de contos realizadas em língua espanhola. Rivaliza, à altura, com “Olhos de Cão Azul”, de Gabriel García Márquez, ou “Ficções”, de Jorge Luis Borges. Não pelo estilo, obviamente, mas pelo apuro da escrita, pela grandiosidade literária.

Graciliano Ramos é o meu candidato em 2026

Graciliano Ramos é o meu candidato em 2026

Antes de Graciliano Ramos ser Graciliano Ramos, ele foi prefeito de uma corrutela, Palmeira dos Índios, cidade que hoje, imagino, deva ter alguma prosperidade, e escreveu então dois relatórios ao governador de Alagoas. Nos tais relatórios já havia a semente do autor de “Vidas Secas”, um texto conciso, muitas vezes irônico, seco como nordestino sofrido por falta de chuva (sem dós de peito, como resumiu Antônio Cândido), tanto que o poeta Augusto Frederico Schmidt, também editor, perguntou-lhe se ele teria algum romance guardado na gaveta.

O som e as memórias de Bono do U2

O som e as memórias de Bono do U2

A escrita do livro é a voz de Bono em tom baixo e bem distante dos berros nos refrões de músicas como “Pride (in the name of love)”. Trata-se de uma conversa ao pé do ouvido do leitor ou da leitora. Cada um dos 40 capítulos traz o título de uma música conhecida do U2. Ficamos sabendo, por exemplo, que a canção “Cedarwood road” se refere à rua onde ele morava em Dublin, na Irlanda, com o pai e o irmão. Já “Iris (hold me close)” foi a homenagem à mãe que morreu quando ele tinha 14 anos.