Com roteiro psicologicamente rico e habilmente construído, filme de Steven Soderbergh é um pequeno tesouro na Netflix
“Desaposentado” após quase uma década de rancores mal digeridos num trabalho anterior, Steven Soderbergh dá a volta por cima com “High Flying Bird” (2019), em que esmiúça os intestinos cancerosos do basquete profissional americano, administrado com mão de ferro pela NBA. A trama, que integra o time da Netflix, compõe uma análise leve (e inteligente) dos aspectos menos óbvios do esporte, maciçamente composto por jogadores negros, que vira-e-mexe se sentem desvalorizados pelos chefões da liga — com toda a razão. Sobretudo quando não conhecem seus meandros.