Crônica

De como me tornei um homem sexy

De como me tornei um homem sexy

Podem me chamar de sexy. Sexagenário. A piada é velha, mas não tão velha quanto eu. Há poucos dias, completei 60. Atendimento prioritário. Desconto na farmácia. Meia entrada no cinema. Cartão de estacionamento. Empréstimo consignado. Dedo no rabo. A praga de golpistas tentando me arrancar dinheiro.

O perigo da disseminação das piadas de pavê

O perigo da disseminação das piadas de pavê

De um dia para o outro a internet se encheu de vídeos de humor gerados por Inteligência Artificial. O primeiro que surgiu por aqui, pelo menos foi o primeiro que me chamou a atenção, foi o tal da Marisa de maiô, que realmente é engraçado. Mas parece que o texto é de um humorista de verdade. Depois dessa série de vídeos, apareceram milhares de outros vídeos gerados por IA, na verdade um monte de piadinhas de salão transformadas em ceninhas engraçadinhas, todas muito parecidas.

Bebendo na fonte de Ângela Ro Ro

Bebendo na fonte de Ângela Ro Ro

Não a conheci numa reunião dos alcoólicos anônimos. Não, isso não. Dotado da minha porção mulher que até então se resguardara — como diria Gilberto Gil — marcamos um encontro num bar situado entre Ipanema e Leblon. Só eu compareci. Eu a reconheci de longe, por causa do farol fulminante de seus olhos agateados e uma voz rascante informando ao maître que uma pessoa já não lhe aguardava mais.

A Kombi da ideia velha

A Kombi da ideia velha

Se existe uma certeza universal, é a da velha Kombi do ferro-velho cruzando a rua com sua ladainha no alto-falante. Mas e se, em vez de recolher geladeiras, máquinas de lavar e sucatas, ela passasse para recolher projetos inacabados, planos esquecidos, decisões abandonadas e ideias que nunca saíram do papel? Essa “Kombi da Ideia Velha” viraria um depósito de sonhos falhados, mas também um retrato divertido e melancólico das nossas tentativas de começar algo novo.

Quando o meu amor pela vida estiver secando

Quando o meu amor pela vida estiver secando

Na meninice e na juventude, priorizava o ócio, o lúdico, a poesia, o amor platônico, os sonhos mirabolantes e uma gama de insignificâncias que não enchiam a barriga de ninguém, como diria o meu velho. Como podia uma canção estorvar o meu dia daquele jeito? Nunca fora fluente no idioma inglês. Tirei do bolso e abri a minha própria Caixa de Pandora: o telefone celular.