Filmes

O retrato mais perturbador da solidão que o cinema já produziu em clássico de Scorsese na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

O retrato mais perturbador da solidão que o cinema já produziu em clássico de Scorsese na Netflix

Travis Bickle não é um psicopata que aparece de repente. Ele é o produto de uma cidade que finge normalidade enquanto apodrece nas margens. Em “Taxi Driver”, Martin Scorsese conduz essa descida ao subsolo humano com uma frieza que dispensa qualquer tentativa de simpatia. Desde o começo, o filme se nega a suavizar sua verdade: o caos urbano não é um colapso iminente. Ele já está consumado.

100 milhões de pessoas nos cinemas: o longa de Bradley Cooper e Lady Gaga, indicado a 8 Oscars, agora na Netflix Divulgação / Warner Bros.

100 milhões de pessoas nos cinemas: o longa de Bradley Cooper e Lady Gaga, indicado a 8 Oscars, agora na Netflix

A cultura pop transforma histórias pessoais em espetáculo e cronograma. Nesse ambiente, decisões íntimas passam pelo filtro do palco, da câmera e dos contratos. Um relacionamento amoroso, quando entra nesse circuito, precisa negociar tempo, atenção e responsabilidade, enquanto a indústria mede resultados com pressa. O drama cresce quando a trajetória de um sustenta ou ameaça a sobrevivência do outro. A cadeia de causa e efeito define o percurso: quem busca o quê, o que impede, quando a rota muda e quais riscos aparecem.

A anatomia do poder e da corrupção moral em clássico do cinema na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

A anatomia do poder e da corrupção moral em clássico do cinema na Netflix

Há algo de profundamente hipnótico na lógica interna de “O Poderoso Chefão”. Não é apenas um retrato do crime organizado, mas um tratado sobre o poder em seu estado mais cru, aquele que nasce do medo e se sustenta pela lealdade. Francis Ford Coppola constrói, com precisão quase filosófica, uma alegoria sobre a estrutura de autoridade e as engrenagens da dominação.

O filme de Noah Baumbach na Netflix que vai conversar com suas feridas familiares Atsushi Nishijima / Netflix

O filme de Noah Baumbach na Netflix que vai conversar com suas feridas familiares

O caos doméstico tem uma estranha habilidade de se disfarçar de afeto. Às vezes, ele usa a forma de esculturas pretensamente geniais; noutras, veste o terno de um pai que jurou ter feito o melhor que pôde, especialmente quando não fez. Em “Os Meyerowitz — Família Não Se Escolhe”, Noah Baumbach nos convida a visitar um clã que domina essa arte com talento quase hereditário: o de amar com cotovelos, pedir atenção esfregando mágoas e sobreviver ao legado emocional de um patriarca que jamais entendeu a diferença entre orgulho e acolhimento.