Crônicas

Quando as palavras doem mais do que um soco

Quando as palavras doem mais do que um soco

Os dias passavam e eu sofria de paixão, calado, bestamente incógnito. O corpo de Valéria apressava-se em ser mulher. Era a garota mais desenvolvida da turma, no que diz respeito aos caracteres sexuais secundários decorrentes da inundação hormonal que dizimava a ingenuidade. Eu me ligara mentalmente a ela, talvez, porque a achasse bonita, delicada e, em especial, porque me aprazia o seu jeito de ser, de falar e de não sacar que eu existia.

Quando os corações viram lixo até as moscas se espantam

Quando os corações viram lixo até as moscas se espantam

O sujeito não vale nada. Ele é uma escória ambulante, um zero à esquerda, ele merece morrer e quase ninguém vai sentir falta quando ele sumir — gritou o mandante, claramente exaltado, pegando fogo nos olhos, fazendo rescender um fedor de ódio que afugentou a garçonete venezuelana, uma ex-professora universitária em Caracas, que limpava a mesa.