O cavalo subiu no telhado, mas não enxergou um mundo melhor
Inundado por pensamentos capciosos, aguardo o resgate dos helicópteros do sono. Eu sou aquele cavalo caramelo sobre o telhado de uma casa inundada, de olhar taciturno, à espera de um caminho seco e seguro onde trotar. O pampa virou mar — penso, macambúzio, com ares de sertão só que não. Quando estiar, quando a água das chuvas finalmente escoar de dentro de mim pelos canos da história, o coração vai galopar diferente. A lama será apenas outra tétrica pegada no corolário das incongruências humanas.