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30 anos antes de García Márquez, uma mulher lançou as bases do realismo mágico. A história aplaudiu apenas ele

30 anos antes de García Márquez, uma mulher lançou as bases do realismo mágico. A história aplaudiu apenas ele

Nascida em Viña del Mar, educada entre Chile e França, María Luisa Bombal encontrou em Buenos Aires a faixa de luz que afinou sua voz. No circuito de Victoria Ocampo, fez do íntimo uma arquitetura e do insólito, vizinho. Em 1941, o episódio do Hotel Crillón a empurrou para o rumor; depois, viveu entre Estados Unidos e Chile, circulou em inglês, interessou Hollywood e ficou anos fora da vitrine. Hoje, reedições, estudos e traduções recolocam sua obra no centro: a paciência de quem mudou a gravidade sem levantar a voz.

A escritora que morreu pobre, foi esquecida numa cova rasa e, décadas depois, voltou ao centro do mundo

A escritora que morreu pobre, foi esquecida numa cova rasa e, décadas depois, voltou ao centro do mundo

Zora Neale Hurston atravessou o século com uma voz que não pedia licença: recolheu fala de varandas, elevou dialetos a arquitetura de pensamento, escreveu romances que respiram como cidades. Enterrada sem nome, foi reencontrada e devolvida ao mapa por leitoras que escutaram mais fundo. Entre Eatonville, o lago Okeechobee e Africatown, sua escrita ligou arquivo, festa e justiça. Este perfil acompanha o caminho da cova rasa ao coro público, e mostra como seus livros mudaram a língua de um país ao mudarem de quem se escuta primeiro. Depois do silêncio.

A mulher que ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras foi preterida por ser mulher e apagada da memória oficial

A mulher que ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras foi preterida por ser mulher e apagada da memória oficial

Júlia Lopes de Almeida, cronista, romancista e abolicionista, foi uma das vozes mais lidas da Primeira República. Entre 1896 e 1897, ajudou a gestar a Academia Brasileira de Letras, mas ficou fora quando o estatuto se fechou às mulheres. Em 1901, publicou “A Falência”, retrato cortante do Encilhamento. Em 2010, seu arquivo entrou no acervo da Academia. Releituras recentes recolocam seu nome no alto da página. Este perfil reconstrói a vida, a obra e o apagamento que insiste em seu retrato ausente. E convoca reparação, memória, gesto institucional claro, agora.

O ano em que Spielberg entrou em depressão e pensou em encerrar sua carreira no cinema Brian Bowen Smith

O ano em que Spielberg entrou em depressão e pensou em encerrar sua carreira no cinema

O ano era 1993 e “A Lista de Schindler”, um dos filmes mais prestigiados da carreira de Steven Spielberg, ainda nem tinha sido lançado. Às vezes, o sentimento, depois de um trabalho bem-sucedido, não é a realização pessoal, satisfação ou alívio por ter cumprido uma missão. Muitas vezes, mesmo quando tudo dá certo, o que toma conta é, na verdade, a sensação de frustração.