A filha morreu de fome. O marido foi fuzilado. Ainda assim, ela deu à poesia do século 20 uma língua nova
Marina Tsvetáieva atravessou revolução, fome, exílio e vigilância, e deixou uma obra de precisão feroz. Este perfil recompõe as décadas entre Moscou e Paris, 1892 a 1941, da perda de Irina ao retorno sob suspeita, do fuzilamento de Efron à evacuação para Elábuga. Com datas na carne e ouvido rigoroso, acompanhamos a poeta que transformou sobrevivência em cadência. Novas traduções recolocam sua voz no presente; e o resto é leitor e mesa: as palavras ainda seguram o dia, mesmo quando a cidade aperta e a noite não cede.