Bula conteúdo

Não confie em homens que fazem as sobrancelhas

Não confie em homens que fazem as sobrancelhas

Enquanto malhávamos a língua, fomos pegos de surpresa com o comentário ingênuo e impensado de um jovem personal que confessou padecer de complexo de inferioridade por considerar diminutas as dimensões do próprio pênis. Ultimamente, ele vinha economizando recursos para fazer um procedimento de aumento peniano numa clínica de saúde masculina que anunciava maravilhas da medicina de ponta — literalmente — num programa de debate esportivo na rádio.

O sucesso dos livros para colorir

O sucesso dos livros para colorir

Os livros para colorir sempre existiram, mas entraram na moda há alguns anos. Quando eu era criança, lembro de ganhar alguns, mas naquela época eles nem eram considerados livros, eram chamados de cadernos ou sei lá como. Mas, por alguma razão inexplicável, os livros para colorir atingiram um status maior e agora estão lado a lado com livros de leitura, dividindo com eles as listas dos livros mais vendidos.

A mulher que fez a poesia persa sangrar, mudou um país e morreu aos 32

A mulher que fez a poesia persa sangrar, mudou um país e morreu aos 32

Ela escreveu com o corpo e pagou o preço. Em Teerã, a vida curta de Forugh Farrokhzad incendiou a linguagem com desejo, risco e precisão. Fez cinema entre feridas e cadernos de caligrafia, adotou um menino numa margem que o país queria esquecer, enfrentou censura, rumor e solidão. Morreu jovem; os poemas ficaram. Nas ruas, quando a coragem exige palavra, sua voz retorna como faísca. Ler Forugh hoje é respirar fundo: um método de atenção, uma forma de coragem, um país possível que insiste em sobreviver ao silêncio de estado.

5 poemas para quem carrega o pai no coração

5 poemas para quem carrega o pai no coração

Há datas que pedem silêncio antes do primeiro cumprimento. O Dia dos Pais é uma delas. Não por falta de palavras, mas por excesso de matéria invisível: mãos que ensinaram o peso das coisas, vozes que ainda vibram na louça, passos que o piso guardou. A poesia entra como quem abre a janela de lado; não invade, desloca o ar. Entre a sobrevivência dos objetos e a delicadeza das lembranças, o leitor encontra uma medida de presença. Não é consolo. É precisão. Um contorno nítido que o tempo, sozinho, não daria.

A nordestina que fez Veneza, Roma e Paris se ajoelharem, 55 anos antes de Fernanda Torres virar lenda Acervo / Florinda Bolkan

A nordestina que fez Veneza, Roma e Paris se ajoelharem, 55 anos antes de Fernanda Torres virar lenda

De Uruburetama a Roma, Florinda Bolkan talha a própria lenda entre disciplina e silêncio. Comissária da Varig, migra do balcão de embarque para o set, ajusta o sobrenome à prosódia do mundo e, em 1968, encontra Marina Cicogna e Luchino Visconti. Rapidamente passa das pontas ao centro do quadro; o mercado diz exótica, ela responde com rigor. Com Vittorio De Sica, Elio Petri, Lucio Fulci, Giuseppe Patroni Griffi e Luigi Bazzoni, afina um timbre singular. Depois, marca a televisão italiana, volta ao Brasil e dirige no Ceará, com luz própria.