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Ele teve 20 anos de vida. Bastaram 17 para mudar a literatura

Ele teve 20 anos de vida. Bastaram 17 para mudar a literatura

Um rapaz de 17 anos escreve, aos 20 publica; Paris perde o fôlego e a crítica aprende a falar baixo. Em torno do leito, Cocteau vigia; do lado de fora, a cidade suspende o passo. O escândalo literário ganha a maior campanha de lançamento que a França já havia visto, e a pergunta persiste: como uma vida tão curta conseguiu tal precisão? Revisito a biografia, o estilo e a recepção de Raymond Radiguet, hoje disponível em edições brasileiras, para entender o alcance dessa maturidade precoce.

Ela pagou o preço do escândalo. Morreu discretamente. Virou lenda. Mudou a poesia brasileira

Ela pagou o preço do escândalo. Morreu discretamente. Virou lenda. Mudou a poesia brasileira

Um retrato biográfico e emocional de Hilda Hilst: de Jaú à Casa do Sol, atravessando juventude, ditadura e redemocratização. Infância marcada por fraturas familiares, estudo em São Paulo, disciplina feroz da escrita, amores, amigos, cães, pátio de luz. Rigor formal, coragem temática, fé áspera e desejo pensante. Também a queda de 2004, hospital, velório simples, e depois a guarda da memória por leitores e editoras. Uma vida que transformou silêncio em verbo e devolveu responsabilidade ao leitor.

Gênio maldito: condenado em vida, absolvido nas telas. O criminoso que nunca pediu perdão

Gênio maldito: condenado em vida, absolvido nas telas. O criminoso que nunca pediu perdão

Os artistas, especialmente os clássicos, parecem seres quase celestiais, cuja conexão com o divino e o etéreo parece tão intricada que duvidamos de sua humanidade corrompida e falha. Mas não é bem assim. Um dos maiores artistas barrocos da história, Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, guarda uma história de vida violenta e conturbada, marcada pela tragédia e pela marginalidade. Nascido em 29 de setembro de 1571 em local incerto, alguns dizem Milão, outros a cidade de Caravaggio, que lhe deu o nome, o artista cresceu em uma família respeitável e bem-posicionada socialmente.

Ele morreu aos 20. Fez do amor uma faca. E ensinou o Brasil a beijar o abismo

Ele morreu aos 20. Fez do amor uma faca. E ensinou o Brasil a beijar o abismo

Ele nasceu em 1831, cresceu entre São Paulo e o Rio, estudou línguas, escreveu como quem precisava de ar e fez do Largo São Francisco um laboratório. Em 25 de abril de 1852, aos vinte, a vida parou e o país ganhou um luto inaugural. Ficaram versões de morte, ficaram papéis, ficaram amigos que os levaram à oficina. Esta reportagem percorre infância, adolescência, febres, humor e legado em salas de aula e sebos.

A Kombi da ideia velha

A Kombi da ideia velha

Se existe uma certeza universal, é a da velha Kombi do ferro-velho cruzando a rua com sua ladainha no alto-falante. Mas e se, em vez de recolher geladeiras, máquinas de lavar e sucatas, ela passasse para recolher projetos inacabados, planos esquecidos, decisões abandonadas e ideias que nunca saíram do papel? Essa “Kombi da Ideia Velha” viraria um depósito de sonhos falhados, mas também um retrato divertido e melancólico das nossas tentativas de começar algo novo.