Beccaria gritou em 1764. O Brasil não ouviu. E ainda não ouve
Cesare Beccaria, filósofo e jurista italiano do século 18, tornou-se referência ao defender que penas devem ser necessárias, proporcionais e públicas. Em 1764, sua intervenção iluminou o debate ao subordinar o direito de punir ao pacto social e à utilidade comum, rejeitando tortura, arbitrariedade e espetáculos de crueldade. Para ele, leis claras e julgamento célere reduzem o crime mais que castigos severos. Sua influência alcançou reformas na Europa e nas Américas, inspirando constituições, códigos e garantias processuais que ainda hoje orientam o ideal de justiça penal racional, efetiva e humana.