Neste sombrio thriller dirigido por Paul Schrader, acompanhamos Tell, um ex-interrogador do exército marcado por traumas de guerra e um passado de arrependimento. Agora, ele leva uma vida discreta como jogador de cartas, tentando se manter à margem. Mas seu mundo muda ao conhecer La Linda, uma agente que o impulsiona a apostar alto, e Cirk, um jovem em busca de vingança contra um antigo oficial. Em meio a dilemas morais e impulsos autodestrutivos, Tell embarca em uma jornada de redenção e confronto.

Baseado em uma história real datada de 1920, em Littlehampton, uma pequena cidade costeira da Inglaterra, o enredo foi elaborado com a ajuda de registros históricos e recortes de jornais da época. O filme narra a peculiar saga de cartas anônimas e obscenas que circularam na vizinhança de Littlehampton, enviadas por um remetente desconhecido. O conteúdo das cartas gerou alvoroço na cidade, especialmente considerando que a época era marcada por um conservadorismo rígido e normativo.

Agraciado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, “Atlantique”, desdobramento do curta de dezesseis minutos de uma década antes, junta uma realidade austera ao fantástico, presente em toda a tradição africana, e legitima Mati Diop como uma porta-voz relevante de uma parcela considerável da ancestralidade negra, começando pelo fato de, com este trabalho, ter sido a primeira cineasta afrodescendente a vencer em Cannes.

Publicado em agosto de 1938, “Rebecca — A Mulher Inesquecível” tornou-se um marco literário ao explorar a vulnerabilidade e o conflito emocional de uma jovem que, ao se casar com um homem socialmente prestigiado, confronta o peso da memória da falecida esposa do marido. Com sua narrativa envolvente, Daphne Du Maurier conduziu a protagonista por uma trama de suspense psicológico, onde o passado da enigmática Rebecca se revela tão opressor quanto a própria atmosfera de Manderley, o sombrio palacete em que a história se desenrola.

No olhar sensível de Kenneth Branagh, “Belfast” se revela uma homenagem profundamente pessoal às lembranças de sua infância na Irlanda do Norte durante os anos 1960, um período marcado por tensões religiosas e políticas. Através dos olhos de Buddy, um garoto de nove anos em meio ao caos dos primeiros anos dos Troubles, o filme explora o cotidiano de uma família comum que tenta preservar seu afeto e humanidade em um cenário de conflito e incertezas, misturando memórias vívidas e uma melancolia contida, tudo capturado em belíssimos tons de preto e branco.