Brutal, poético e inspirado em Hamlet: o épico viking que está na Netflix
Há algo de ancestral em “O Homem do Norte”. Não apenas por sua ambientação viking ou pelo rigor com que Robert Eggers reconstrói uma era perdida, mas pela forma como o filme se comporta como um mito em combustão. Cada quadro parece gravado em pedra, como se o cinema, essa arte efêmera, tentasse ser eterno por um instante. E é justamente esse embate entre o humano e o arcaico, entre a carne e o símbolo, que faz do longa uma experiência visceral e hipnótica. O que se vê não é apenas uma história de vingança: é um ritual fílmico sobre o preço de obedecer à própria lenda.






