Ficção científica arrebatadora de Spike Jonze, com Joaquin Phoenix, sob demanda no Prime Video
Há algo de devastadoramente humano na ideia de amar o que não se pode tocar. “Ela”, de Spike Jonze, não parte da tecnologia como fetiche visual ou da ficção científica como espetáculo, mas da intimidade — essa matéria delicada que, no mundo contemporâneo, parece ter sido triturada pelo ritmo impessoal das rotinas digitais. O que o filme propõe, ao encenar o envolvimento de um homem com uma inteligência artificial, não é uma fantasia futurista, mas uma autópsia silenciosa das relações afetivas em tempos de hiperconectividade emocional e desconexão concreta.