Este suspense na Netflix é um espetáculo para os olhos e para a mente — e quase ninguém viu Divulgação / Twentieth Century Fox

Este suspense na Netflix é um espetáculo para os olhos e para a mente — e quase ninguém viu

Há filmes que parecem sonhados com os olhos abertos. “A Cura”, de Gore Verbinski, não se apressa em parecer verossímil; o realismo nunca foi seu objetivo. Há algo nos tons azulados, nas paisagens imóveis e nas janelas embaçadas que evoca uma memória ancestral de castelos e doenças, onde o tempo hesita e as promessas se dissolvem. O filme não é sobre lógica. É sobre atmosfera. Sobre desconforto. Sobre uma beleza paralisante, que não consola. E, sobretudo, sobre a suspeita persistente de que aquilo que nos oferecem como bem-estar talvez seja, secretamente, outra forma de prisão.

Os 4 romances mais curtos e mais fortes que você pode ler em um dia

Os 4 romances mais curtos e mais fortes que você pode ler em um dia

Em tempos de pressa e distração programada, alguns livros ainda têm o poder de interromper o ruído, com poucas páginas, mas uma precisão que fere fundo. Há romances curtos que não precisam de tempo: precisam de entrega. São obras que cabem em um dia e reverberam por anos. Não oferecem alívio, nem distração; oferecem lucidez, e isso basta. Esta seleção reúne quatro dessas pequenas obras monumentais, cada uma escrita com a urgência de quem não tinha tempo a perder, nem palavras sobrando.

Kafka escreveu sobre 2025 em 1915

Kafka escreveu sobre 2025 em 1915

Havia uma maçã apodrecendo numa gaveta trancada. Ninguém sabia que ela estava lá, e mesmo assim o cheiro atravessava o quarto, entrava pelas frestas das janelas, grudava no tecido das cortinas. Franz Kafka escreveu “O Processo” em 1915 como quem tivesse olhado por um rasgo no tecido da década errada. Não era um livro sobre um tempo, mas sobre a estrutura do tempo, uma arquitetura absurda que se monta sozinha, cada parede erguida por equívoco, cada escada apontando para um tribunal que talvez nem exista. Josef K. não é um personagem. É um aviso. Ou melhor, uma antecipação.

5 comédias românticas para apaixonados otimistas, no Prime Video Divulgação / Sony Pictures

5 comédias românticas para apaixonados otimistas, no Prime Video

Muita gente acha que o romantismo está mais atrelado ao pessimismo do que ao otimismo. Os romances — no teatro, na literatura e no cinema — quase sempre são difíceis, enfrentam percalços e costumam terminar em tragédia. Mas não nas comédias românticas. E é por isso que há quem prefira as comédias românticas: adoram finais felizes e clichês. Isso significa que o cinismo do mundo ainda não os afetou. Essas pessoas mantêm firmes e fortes seu otimismo, sua ingenuidade e seu coração puro. Afinal, nada mais bonito do que sonhar com um romance feliz, em que tudo dá certo no final. Nada impede o amor verdadeiro.

Os 7 livros que mudaram a cabeça de Nietzsche

Os 7 livros que mudaram a cabeça de Nietzsche

Nietzsche não nasceu pronto. Sua filosofia cortante, muitas vezes violenta, não brotou do nada. Foi sendo formada, página a página, na tensão entre admiração e repulsa, entre leitura e reação. Sete livros se alojaram fundo em sua cabeça. Alguns ele rompeu, outros abraçou, outros ainda transformou em combate. Este não é um inventário de influências, mas uma travessia pelas ideias que fermentaram o pensamento mais indomável da modernidade. Porque todo pensamento, mesmo o mais original, nasce de algum atrito com o que já foi dito.