Era 29 de dezembro de 2001. O país segurou o ar. Ela tinha 39. Depois, o luto virou coro e o Brasil seguiu cantando Cássia Eller

Era 29 de dezembro de 2001. O país segurou o ar. Ela tinha 39. Depois, o luto virou coro e o Brasil seguiu cantando Cássia Eller

Entre sal, concreto e vento seco, a história de Cássia Eller se revela pelo corpo em cena e pelo silêncio do bastidor. O palco respira: a voz grave, sem enfeite, convoca plateias, erra e recomeça, aprende a medida do risco. Do circuito de bares ao “Acústico MTV”, do Rock in Rio à sala de estar, o timbre encontra canções-abrigo e parceiros de lapidação. Após a partida, fica a curva que ela abriu: consolo que provoca, coragem sem pose, presença que segue escutando em casas, ruas e fones atentos. Por perto.

Novo suspense de Ron Howard no Prime Video é aula de história sem sair de casa Divulgação / AGC Studios

Novo suspense de Ron Howard no Prime Video é aula de história sem sair de casa

”Eden”, dirigido por Ron Howard, narra sobre um grupo de europeus pós-Primeira Guerra busca isolamento nas Ilhas Galápagos para fundar um novo modelo de vida, livre da moral decadente do Velho Mundo. A premissa parece promissora, e de fato é, mas o resultado é um estudo sobre como qualquer ideal de pureza se dissolve quando confrontado com a natureza humana, que não é nem pura, nem regenerável, apenas teimosamente igual a si mesma.

Se ainda não viu, veja já: astro de Oppenheimer e Peaky Blinders está num dos melhores filmes de 2025 na Netflix Robert Viglasky / Neflix

Se ainda não viu, veja já: astro de Oppenheimer e Peaky Blinders está num dos melhores filmes de 2025 na Netflix

Tim Mielants filma um retrato rigoroso de um dia que parece nunca acabar. Acompanhando um gestor escolar exausto e um grupo de adolescentes em risco, a narrativa prefere proximidade a discursos. O olhar se mantém atento às contradições de um sistema que promete acolhimento e fornece planilhas, enquanto a câmera alterna nervo e calma. O resultado expõe fadiga institucional, tentações de espetáculo e uma aposta no gesto simples, que pede escuta, tempo e responsabilidade, sem atalhos grandiloquentes ou moralismos apressados.

Thriller de ação com Harrison Ford, baseado em best seller de Tom Clancy, vai fazer seu sangue ferver, na Netflix Divulgação / Mace Neufeld Productions

Thriller de ação com Harrison Ford, baseado em best seller de Tom Clancy, vai fazer seu sangue ferver, na Netflix

Há algo de curioso, e talvez irônico, em ver Harrison Ford, o rosto mais confiável do cinema americano dos anos 80 e 90, mergulhar num thriller cujo título sugere fervor nacional, mas cuja essência é o oposto: a fragilidade daquilo que se pretende proteger. “Jogos Patrióticos” não é apenas um filme comercial de ação, é uma parábola sobre a ilusão de segurança que sustenta o cidadão médio norte-americano, essa crença confortável de que o lar, a família e o país formam uma tríade impenetrável.

Um dos filmes mais lindos do cinema argentino, concorreu ao Oscar e está na Mubi Divulgação / Argentina Sono Film

Um dos filmes mais lindos do cinema argentino, concorreu ao Oscar e está na Mubi

Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 1999, “Tango”, longa-metragem argentino de Carlos Saura, é uma belíssima montagem com uma série de filmes-dança que retratam situações e sentimentos vividos pelo protagonista Mario Suárez (Miguel Ángel Solá). No enredo, o personagem é abandonado pela esposa, Laura, e então decide escrever uma peça que expresse suas emoções durante o colapso emocional e sua paixão pelo tango.