A mais tocante história de amor da Netflix — e, sem dúvida, uma das mais belas da história do cinema Divulgação / Annapurna Pictures

A mais tocante história de amor da Netflix — e, sem dúvida, uma das mais belas da história do cinema

Barry Jenkins é mestre em transformar a delicadeza da vida cotidiana em um campo minado de emoções não ditas, silêncios dolorosos e gestos que gritam sem som. Sua arte, feita de olhares profundos e cores saturadas, oferece ao espectador uma reflexão contundente sobre as relações humanas e os abismos sociais que definem a existência negra na América contemporânea. Ao retratar amores interrompidos e felicidades adiadas, Jenkins cria um cinema urgente, poético e necessário, que denuncia injustiças enquanto celebra silenciosamente a resistência daqueles que insistem em amar, apesar de tudo.

7 livros breves demais para o estrago que causam

7 livros breves demais para o estrago que causam

Sete livros. Nenhum deles chega a duzentas páginas. Todos eles deixam algo que não passa. Começam discretos, quase tímidos, como se não fossem capazes de fazer muito estrago. Mas fazem. Cortam devagar, sem aviso. O impacto não vem da grandeza do enredo, nem da urgência da forma. Vem da precisão. Da recusa a consolar. Do silêncio deixado depois da última linha. São histórias que não pedem nada, mas levam tudo. Quando se percebe, já foi. E o que fica não se desfaz. Leva tempo. Às vezes, mais do que se está disposto a admitir.

4 filmes novos no Prime Video que não subestimam sua inteligência — nem seu tempo Divulgação / DREIFILM

4 filmes novos no Prime Video que não subestimam sua inteligência — nem seu tempo

Quatro filmes recém-lançados no Prime Video evitam o lugar-comum das estreias genéricas e entregam narrativas compactas, bem conduzidas e emocionalmente precisas. Nada de espetáculos barulhentos ou personagens rasos que repetem fórmulas conhecidas. Aqui, os conflitos são reais, os silêncios têm função e as escolhas dramáticas são construídas com tempo e contexto. São obras que respeitam o público com inteligência e não tratam a atenção alheia como descartável. E isso, no atual ritmo das plataformas, já é quase uma exceção. Talvez por isso esses filmes mereçam ser vistos com calma.

Os 5 livros Machado de Assis lia enquanto o Brasil dormia

Os 5 livros Machado de Assis lia enquanto o Brasil dormia

Enquanto o Brasil repousava em berço colonial, abafado por brisas mornas e instituições emperradas, Machado de Assis lia como quem preparava um levante silencioso. Não havia aplausos, apenas o ranger de uma cadeira, a lâmpada fraca, o mundo inteiro escondido entre páginas em francês, inglês, alemão. Hamlet, Dom Quixote, Fausto. A insônia era estética, e a solidão, necessária. Ler era mais do que hábito: era resistência íntima, refino secreto, fermento do impossível. Antes de reinventar a literatura brasileira, ele precisou atravessar, sozinho, a de quase todos os outros países.

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

Em dezembro de 2021, um exemplar raro da primeira edição de “Os Sertões”, obra que Euclides da Cunha publicou em 1902, tornou-se o livro mais caro já vendido no Brasil, atingindo R$ 143 mil num leilão no Rio de Janeiro. O volume, com cerca de oitenta correções feitas à mão pelo autor, revela as angústias e contradições do escritor ao narrar a Guerra de Canudos. Mais do que um objeto raro, o livro simboliza um Brasil dividido, complexo e violento, cuja história permanece aberta, incômoda e ainda profundamente atual.