A felicidade é uma mulher pequenina que dorme no quarto ao lado

A felicidade é uma mulher pequenina que dorme no quarto ao lado

Um dia, no ponto de ônibus, na correspondência, na caixa de mensagens, a felicidade aparece. Vai caminhando ao seu lado enquanto conta da viagem, do tempo, dos lugares onde estivera. Você leva as malas dela até o carro, abre-lhe a porta e ela pega a estrada em sua companhia. Depois ela entra em sua casa e olha suas fotos, dança sobre o tapete da sala, bebe cerveja com a sede de um estivador e canta com a graça de um anjo no dia de seu aniversário.

Deus não nos salvará; mas morrerá conosco

Segundo a hipótese mais aceita nos meios científicos, a vida teria surgido há cerca de 3,5 bilhões de anos, possivelmente em algum lugar da Terra. Ou mesmo em algum planeta de um sistema próximo (em termos cosmológicos) e pode ter vindo parar aqui na garupa de estilhaços retirados de algum corpo celeste por cataclismos de dimensões interestelares. Deduz-se que a vida começou em um ambiente singular, cujas características o Homo sapiens ainda não logrou reconstituir e entabular uns serezinhos animados para concorrer aos já existentes.

Que tal um rolezinho na biblioteca?

Que tal um rolezinho na biblioteca?

Não sei a quantas andam as coisas aí na sua cidade, mas, por aqui, meu chapa, os filmes do Quentin Tarantino até pareceriam lorotas da Galinha Pintadinha: neguinho tá pitando crack, bordando e matando só pra ver o tombo. Nos dizeres dos malas, tá tudo dominado. Antes que os chatos de plantão me acusem de branquelo preconceituoso por eu ter utilizado o termo “neguinho” no sentido pejorativo, aviso logo que não sou segurança de shopping center pra ficar apartando gente de acordo com o grau de melanina na carcaça, não.

Não aprendemos afinal onde fica Samarcanda

Não aprendemos afinal onde fica Samarcanda

Houve uma mulher em minha vida. Bem sei, houve mulheres na vida de todos os homens: nenhuma novidade aqui, nada de novo sob o sol. Mas somos capazes de reconhecer as implicações profundas desse fato? Quem, na correria da vida moderna — esse eterno clichê do qual sempre reclamamos —, pensa no que ganhou ou perdeu ao fim de uma história de amor? E pode ser até pior: muitas vezes não percebemos a possibilidade de um amor quando ela surge, como as pequenas epifanias do Caio Fernando Abreu, e a rechaçamos, tristemente a rechaçamos.