Todo fim é um começo, a gente só não sabe disso naquele momento

Todo fim é um começo, a gente só não sabe disso naquele momento

cordão umbilical cortado, o parto, a fala, o passo. Tudo é separação. A morte, a saída da casa dos pais, mudar de cidade, de país, de visual, de emprego, escolher entre o sim ou o não. Pra lá ou pra cá? Trocamos de sonho, de ideia, mudamos de casa, de plano. Tudo é despedida. Ah, quantos “adeus” são necessários para que nos tornemos gente grande? Perdi as contas de quantas vezes nessa vida eu já me despedi de mim. Nem todos os planos são infalíveis. Nem tudo é chegada ou espera. A gente vai se recortando, aparando as arestas, dando adeus aos nossos restos para dar forma a novos sonhos.

Temos vagas para sonhadores

Temos vagas para sonhadores

A taxa de desemprego no país andava um escândalo. Minha falta de inspiração também. Ambas batiam os 15%. “Tempos bicudos”, diziam o meu editor, o IBGE, as Marias e os Josés, por onde quer que eu fosse. Com um pouco de sorte, eu ainda estaria empregado até que redigisse este texto. Estava atoa na vida, o meu amor me chamou pra ver a banda passar tocando coisas de amor e também para visitar uma agência de empregos do SINE a fim de conhecer quais eram as demandas do mercado de trabalho no Brasil.

Emily Dickinson recriada por Augusto de Campos

Emily Dickinson recriada por Augusto de Campos

Emily Dickinson viveu apenas 55 anos, entre 1830 e 1886, na cidade de Amherst, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Para além do folclore de que só se vestia de branco e quase não saía de casa, era uma poeta sofisticada, um leitora precisa e que sabia extrair néctar de onde muitos mineiram simplesmente barro. Augusto de Campos a apresenta como “uma autodidata em poesia”, o que, claro, não indica que seja meramente intuitiva e, até, simplória.

A misteriosa arte daqueles que desaparecem depois de um encontro

A misteriosa arte daqueles que desaparecem depois de um encontro

Tirar do esconderijo a obviedade que requer a execução de tal número, talvez não seja a mais difícil das revelações. Meia pitada de sinceridade e o segredo do moço ou da moça desaparecida fica tão óbvio quanto o coelho escondido no fundo da cartola. A verdade, sem efeitos especiais, é simples: o sujeito não quer. Não quer o depois do encontro. Não quer nada para amanhã. Sumiu porque não topa. Nessa história de abracadabra, todos nós, em algum momento da vida, caímos feito patos no truque; ou fomos nós os ilusionistas fugidios.