Palavras são navalhas

Palavras são navalhas

Vivemos tempos incríveis, velozes, nos quais muitos se intitulam defensores da ética, baluartes dos bons costumes, apesar da evidente boçalidade neles incutida. A tecnologia da comunicação avança a galope, propiciando que cavalgaduras se vangloriem e saiam por aí escoiceando a esmo, sem mensurar as consequências. Há uma epidemia de néscios grassando na internet. Quando muito, esse tipo de “gente conectada” compartilha piadas grosseiras, orações hipócritas e correntes-do-bem estrambólicas, com as quais, juro, muito me agradaria que eles se enforcassem.

Para se levantar, primeiro é preciso cair

Para se levantar, primeiro é preciso cair

Quando passamos a compreender a própria solidão, paramos de buscar a felicidade plena. Assim, recebemos com alegria o que nos chega: um bilhete inesperado, um beijo roubado ou um sorriso despretensioso. Então, um dia, descompassados e felizes, achamos graça quando dançamos sozinhos no meio da sala. É o prazer de fazer “adormecer o lobo da estepe, tornando-o dócil”.

Mississippi: eu, Faulkner e Jack Daniel’s

Leio e releio Faulkner constantemente, é faina para a vida toda. Se vocês não seguem essa dieta, estão perdendo um dos pontos altos da humanidade (Faulkner, aquedutos romanos, decisões da Suprema Corte americana, Capela Sistina, suítes de Bach para violoncelo, filmes de Sergio Leone, Ava Gardner, dribles do Garrincha, essas coisas): o homem vivia meio encharcado no seu estranho Deep South e ainda assim nos deixou uns três ou quatro romances que estão entre os melhores já escritos.

Os 10 melhores poemas brasileiros de todos os tempos

Os 10 melhores poemas brasileiros de todos os tempos

Pedimos aos leitores e colaboradores que apontassem os poemas mais significativos de autores brasileiros em todos os tempos, independentemente de gêneros ou correntes literárias a que pertenceram. O resultado não pretende ser abrangente ou definitivo e corresponde apenas à opinião das pessoas consultadas. Por motivo de direitos autorais, alguns poemas tiveram apenas trechos publicados.

Sem reciprocidade, todo relacionamento vive à beira de um abismo

O amor, não há dúvida, é um combustível e tanto para a imaginação. Mas sonhar por sonhar é executável sozinho. É possível realizar mil feitos sem que haja alguém ao lado e, feliz, dividir a vitória com ninguém além de si. O problema é que não se pode sonhar pelo outro; não se podem responder cartas que o outro recebeu e sequer abriu; não se podem conjugar plurais por quem só pensa singular. Que me perdoem os jovens Verthers, mas amor platônico é um suplício.