Harold Bloom: morreu o mais notável crítico literário da América

É possível afirmar, então, que Bloom é produto da dinâmica das relações sociais no ambiente acadêmico das universidades americanas nos últimos 40 anos, sob o impacto da sempre respeitável artilharia francesa. Claro indício de desavença ideológica foi a iniciativa pessoal de propor um cânone literário, por meio do qual renovou a ofensiva pessoal contra os adversários institucionais, localizados na imprensa e nos departamentos de letras, desde aquela época.

Daqui a 100 anos, quem será lembrado: Chico Buarque ou Bolsonaro?

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Independentemente de sua ideologia política, que tende a esmaecer com o tempo — prevalecendo a qualidade da arte, pois a estética vai superando o discurso político-ideológico, dada a passagem do tempo histórico em que foi criada (a resposta artística acaba pode se tornar mais lembrável do que o tempo que lhe deu origem) —, a obra musical, até mais do que sua literatura, de Chico Buarque vai sobreviver, assim como a música de Bach, Beethoven, Brahms e Chopin, a poesia de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto e a prosa de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Teles.

Para você que gosta mais de animais do que de pessoas

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Dois rapazes fumam na calçada. A onda agora são os cigarros eletrônicos. Chupam a fumaça a partir de um artefato, um pequeno dispositivo que, à distância, parece mais um pen-drive. Se a intenção é alimentar o vício eles bem que podiam fazê-lo com mais classe, tragando cigarros de verdade, sugando o tabaco à moda antiga, com o mesmo charme dos caubóis enfisematosos e dos boêmios que criavam caranguejos nas laringes cancerosas.