Eu escrevo porque escrever não me leva a nada
Naquela época, em meados dos anos 1970, a ditadura militar imperava no país e eu ainda não fazia a mínima ideia do que significasse uma vida adulta desvirtuada por sonhos adulterados. Só pensava em brincar, em ir à escola, em escrever historinhas pueris inspirado no acervo precioso de um Monteiro Lobato, com a barriga colada no chão frio que recendia a cera de embalagem econômica. A minha perspectiva de vida, portanto, era tão superficial, rasa e rasteira quanto as pegadas no piso vermelhão da casa de família de classe média em que fui criado.




