O único filme que você precisa ver neste feriado (confie em mim)

O único filme que você precisa ver neste feriado (confie em mim)

“Warfare” desarma qualquer expectativa de nobreza bélica ao instaurar, desde seu primeiro frame, um estado de tensão que não dá trégua. Não há espaço para discursos heroicos nem para bandeiras tremulando ao vento. O que acontece aqui é o pavor encarnado, o colapso do controle, a orquestra do caos. Dirigido por Alex Garland em parceria com Ray Mendoza, ex-militar cuja vivência real se infiltra no filme como sangue em tecido, o longa reconstitui o desespero de uma operação militar em Ramadi, em 2006, com uma urgência que dispensa qualquer contextualização narrativa.

5 livros que te enganam até a última página

5 livros que te enganam até a última página

Nem todo engano é malicioso. Às vezes, é só o modo que a ficção encontra de nos manter inteiros por mais tempo. Há romances que acompanham o leitor como um amigo confiável, e há os que traem, subvertem, negam tudo que antes prometiam — não por maldade, mas por precisão. Os livros reunidos aqui não frustram. Eles deslocam. A cada virada, uma nova rachadura, um novo espelho, uma nova ausência de chão. Chegar à última página é como acordar de um sonho que jurávamos ser vida. Ou o contrário.

Homens são autores. Mulheres precisam provar que são

Homens são autores. Mulheres precisam provar que são

É sempre assim. Quando o nome de um homem aparece na lombada, a estante se enrijece. Há um eco silencioso — feito de resenhas passadas, mesas redondas, cátedras enferrujadas — que sussurra antes mesmo da primeira linha. O livro ainda nem foi lido e já é importante. Já é obra. O autor já é Autor. Um homem que escreve não escreve: atesta. Não precisa pedir licença para entrar na tradição; ela já está posta à sua espera, cadeira cativa, copa servida, currículo pronto. Escrevem como se soubessem que o mundo os lê com crédito antecipado. E talvez saibam.

15 filmes que você só vai assistir uma vez — e vai lembrar para sempre Divulgação / Film1

15 filmes que você só vai assistir uma vez — e vai lembrar para sempre

Bons filmes legam marcas, cicatrizes, memória. São manifestações artísticas que declinam do conforto da repetição, criando uma desordem bastante específica, impossível de ser vivida em todo o seu esplendor e riqueza mais de uma vez e, por paradoxal que soe, isso nada tem a ver com efeitos visuais grandiosos ou reviravoltas mirabolantes: o que há neles é verdade, a mais crua e a mais perturbadora. Na era do fast-food cultural, de produções cuja motivação original é agradar o implacável algoritmo, esses trabalhos impõem-se como monumentos de integridade artística e, por isso mesmo, são inesquecíveis. É o caso dos quinze longas citados aqui.

6 livros que todo mundo ama e eu odiei com todas as minhas forças

6 livros que todo mundo ama e eu odiei com todas as minhas forças

Sabe aquela sensação de estar na contramão de uma multidão apaixonada, como quem vai a um show e, no exato refrão que faz todo mundo chorar, sente apenas vontade de ir embora? Foi exatamente isso que vivi lendo cada um desses livros. Enquanto a internet declarava amor eterno, eu me via implorando por um enredo que me despertasse algo além do bocejo. Claro, o problema podia estar em mim, talvez meu coração esteja endurecido ou minha paciência com personagens intensos demais, introspectivos demais ou apenas prolixos demais tenha simplesmente se esgotado.