4 filmes novos no Prime Video que não subestimam sua inteligência — nem seu tempo Divulgação / DREIFILM

4 filmes novos no Prime Video que não subestimam sua inteligência — nem seu tempo

Quatro filmes recém-lançados no Prime Video evitam o lugar-comum das estreias genéricas e entregam narrativas compactas, bem conduzidas e emocionalmente precisas. Nada de espetáculos barulhentos ou personagens rasos que repetem fórmulas conhecidas. Aqui, os conflitos são reais, os silêncios têm função e as escolhas dramáticas são construídas com tempo e contexto. São obras que respeitam o público com inteligência e não tratam a atenção alheia como descartável. E isso, no atual ritmo das plataformas, já é quase uma exceção. Talvez por isso esses filmes mereçam ser vistos com calma.

Os 5 livros Machado de Assis lia enquanto o Brasil dormia

Os 5 livros Machado de Assis lia enquanto o Brasil dormia

Enquanto o Brasil repousava em berço colonial, abafado por brisas mornas e instituições emperradas, Machado de Assis lia como quem preparava um levante silencioso. Não havia aplausos, apenas o ranger de uma cadeira, a lâmpada fraca, o mundo inteiro escondido entre páginas em francês, inglês, alemão. Hamlet, Dom Quixote, Fausto. A insônia era estética, e a solidão, necessária. Ler era mais do que hábito: era resistência íntima, refino secreto, fermento do impossível. Antes de reinventar a literatura brasileira, ele precisou atravessar, sozinho, a de quase todos os outros países.

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

Em dezembro de 2021, um exemplar raro da primeira edição de “Os Sertões”, obra que Euclides da Cunha publicou em 1902, tornou-se o livro mais caro já vendido no Brasil, atingindo R$ 143 mil num leilão no Rio de Janeiro. O volume, com cerca de oitenta correções feitas à mão pelo autor, revela as angústias e contradições do escritor ao narrar a Guerra de Canudos. Mais do que um objeto raro, o livro simboliza um Brasil dividido, complexo e violento, cuja história permanece aberta, incômoda e ainda profundamente atual.

O filme que todo mundo viu nos anos 80, esqueceu que existia, e agora está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

O filme que todo mundo viu nos anos 80, esqueceu que existia, e agora está na Netflix

O que se via ali não era o futuro. Era uma lembrança disfarçada de promessa. Aquele tipo de ficção que não empurra para o depois, mas puxa para o antes. Uma cidade exausta, um helicóptero impaciente, um olhar treinado demais para ser apenas curiosidade. E o som, sempre o som, latejando por trás das paredes, atravessando portas, monitorando respirações. Havia, naquela paisagem granítica de concreto e paranoia, um espaço entre o que se via e o que se sabia. E ninguém parecia disposto a ocupar esse intervalo. A tela se abria, sim, mas era para dentro. E ninguém tinha a chave.

A escritora brasileira que foi chamada de louca e internada em hospícios por desafiar o que era esperado de uma mulher

A escritora brasileira que foi chamada de louca e internada em hospícios por desafiar o que era esperado de uma mulher

Maura Lopes Cançado viveu no limite entre lucidez e loucura, escrevendo desde os porões dos hospícios em que foi confinada. Autora de apenas dois livros, a escritora mineira chocou a sociedade brasileira dos anos 1950 e 1960 com textos radicais sobre sexualidade, psiquiatria e liberdade feminina. Admirada por intelectuais e renegada pela crítica, Maura viveu cercada por escândalos e tragédias pessoais, até cair no esquecimento por décadas. Hoje, sua obra retorna às livrarias como testemunho essencial de uma mulher que ousou transformar a literatura num ato definitivo de resistência.