Pepe Mujica: Voz de uma América soberana, uruguaio deixa legado de defesa dos mais vulneráveis e enganos monumentais
José Alberto “Pepe” Mujica Cordano (1935-2025) foi um sonhador antes de qualquer outra coisa. Morto ontem, Mujica tornou-se conhecido pela maneira algo romântica como via o expediente político — compreensão que, na verdade, deveria ser a regra. Nos anos 1960, movido pelos ventos da justiça social que balançavam o mundo, tornou-se um militante de esquerda e um dos membros mais ativos dos Tupamaros, grupo de guerrilha urbana que respondeu com saques de armazéns e roubos a bancos, cujo espólio distribuía entre os mais humildes. O sonho de um Uruguai menos injusto custou-lhe 4.300 dias no xadrez.